GESTÃO SOCIAL NO SETOR DE ESPORTE E LAZER: PROBLEMATIZAÇÃO DE CASOS EM GOVERNOS “DITOS” POPULARES

Resumo

O presente trabalho analisa e discute a perspectiva de gestão social do esporte e lazer em duas cidades do Estado do Espírito Santo. A discussão está centrada no uso dos termos descentralização e intersetorialidade como estratégias de construção de um discurso que apresenta a gestão como democrática. Nesse sentido, nosso texto surge de um estudo que buscou verificar o uso dos conceitos de descentralização e intersetorialidade por meio da análise das ações setoriais de esporte e lazer, verificando também a dimensão de participação da sociedade civil como pressuposto da gestão social e democrática. O estudo mencionado foi realizado em duas cidades que estiveram por oito anos sob administração de tendências partidárias defensoras do princípio da participação popular. A metodologia previa o uso de análise documental, tomando como fonte os documentos de planejamento, implementação e avaliação de ações; e também a aplicação de entrevistas aos gestores dos setores no período, além de entrevistas com atores sociais vinculados aos conselhos municipais de esporte e lazer. Devido a dificuldades de acesso a documentos e a inexistência de conselho em uma das cidades, nessa as entrevistas prevaleceram. Os dados coletados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin (2009), e o quadro teórico de interpretação considerou as contribuições de Andrade (2006), Junqueira et al. (1997), Cunill Grau (1991), Arnstein (1969) Demo (1996), Paula (2005) entre outros. Os resultados apontam para fragilidades no uso dos conceitos aqui apontados e fragilidade da participação popular, o que desconstrói os discursos de gestão democrática nos setores.