Autogestão em Marcuse

Autores

  • Cristian Arão Silva Jesus Universidade Federal da Bahia

Resumo

O conceito de autogestão é extremamente importante para a proposta marcuseana de mudança social. O conceito de autogestão remete a um tipo de organização social horizontal, cooperativista e dependente de democracia direta. Essa forma organizativa, que primeiramente foi reivindicada pelo anarquismo, está também presente nos últimos textos de Marx, bem como foi utilizada por uma série de marxistas, que receberam o adjetivo de conselhistas, chamados também de autogestionários. Tal tema foi debatido exaustivamente por volta da
década de vinte do século passado, construindo uma oposição ao marxismo-leninismo. Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Anton Pannekoek, dentre outros, compõem esse grupo de marxistas que propunham uma forma mais horizontal de organização. Marcuse, vivenciou o modelo autogestionário durante o tempo que foi membro da Liga Spartacus em sua juventude, movimento que tinha como principal referência Rosa Luxemburgo. No primeiro momento de sua obra, muito influenciado por esse fato, afirma a necessidade de um Partido que tome o poder político e transforme a sociedade. Posteriormente passa a propor uma mudança social que não decorra do assalto ao poder central, mas sim da tomada dos meios de produção de forma espontânea e organizada. Dessa forma, Marcuse, no início de sua carreira intelectual, se mantém muito próximo das ideias de Luxemburgo, mas em sua última fase desenvolve uma concepção de autogestão original se afastando, de certa forma, do conselhismo clássico.

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Biografia do Autor

Cristian Arão Silva Jesus, Universidade Federal da Bahia

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor no IFBA Campus Valença.

Referências

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Publicado

2019-02-28

Como Citar

Silva Jesus, C. A. (2019). Autogestão em Marcuse. Argumento, (14), 105–120. Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/argum/article/view/29816

Edição

Seção

Artigos