“Não há que duvidar, pois a Igreja o determina”: estratégias eclesiásticas da política monárquica (Portugal, séc. XV)
DOI:
https://doi.org/10.9771/rvh.v10i2.47938Palabras clave:
Poder temporal, Poder espiritual, Portugal medievalResumen
O artigo analisa alguns discursos e ações da monarquia portuguesa, no século XV, que permitem refletir sobre as estratégias de legitimação eclesiástica em que se assentam. As situações e opiniões apresentadas poderiam facilmente ser identificadas como “mais uma” evidência inquestionável da luta entre o poder temporal e o poder espiritual, que boa parte da historiografia defende ter se acirrado na baixa Idade Média. Sem discordar de que haja efetivamente uma profusão de discursos que promovam ora o poder monárquico, ora o poder da igreja, os aspectos destacados neste artigo pretendem chamar a atenção para a possibilidade de se pensar em uma interpretação que não reduza o problema à lógica da dicotomia. Os monarcas que dão vida aos exemplos analisados, por meio de estratégias eclesiásticas, agem e falam em nome da igreja, com o intuito de fortalecê-la e de, ao mesmo tempo, se fortalecerem.