"Clientelismo de parede-e-meia" e poder político Nonô: trajetória política em Varzedo, Bahia (1958-1992)

Autores

  • Jorge Amorim

DOI:

https://doi.org/10.9771/rhufba.v11i1.61677

Resumo

A escolha da cronologia para investigar a trajetória política de Manoel José de Souza entre 1958 e 1992 ocorreu em meio ao período de democratização popular, divergências entre partidos políticos, instabilidade política com o golpe militar e certo crescimento econômico do Brasil e da Bahia, ocorrendo neste Estado aquele crescimento através da “modernização conservadora”. Em sincronia a esse momento de mais de três décadas, Manoel José de Souza, apelidado por Nonô, conseguiu ser eleito vereador por Varzedo, então distrito do município de Santo Antônio de Jesus, consecutivamente entre 1958 e 1988, estando filiado a partidos políticos (PSD, UDN, ARENA, PDS, PFL, PMDB e PFL) alçados ao poder estadual. Ao ser criado como município em 1989, após processo emancipatório que durou de 1985 a 1989, Varzedo teve neste último ano sua primeira eleição para prefeito e vereadores, sendo Nonô vitorioso àquele cargo executivo, governando a localidade até 17 de maio de 1992, dia em que foi assassinado. Portanto, demarcar a extensão temporal de 1958 a 1992 tem como fim compreender a ascensão, capilarização e a manutenção do seu poder político a partir de suas ligações com lideranças políticas de Varzedo/Santo Antônio de Jesus e da Bahia, assim como a capilarização e manutenção daquele seu poder sobre a população local a partir de ações pragmático-políticas denominadas de "clientelismo de parede-e-meia", prática de poder exercida através de conselhos, idas às casas de conhecidos, assistencialismo e mandonismo, tudo isso com base em documentos escritos, orais e imagéticos.

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Publicado

2024-05-31 — Atualizado em 2024-05-31