Labor dependente: os caixeiros e as múltiplas formas de exploração de mão de obra na Salvador oitocentista (1850-1889)

Autores

  • Adriano Ferreira de Sousa

DOI:

https://doi.org/10.9771/rhufba.v11i1.60979

Resumo

Ao longo do século XIX, a maior integração do porto de Salvador com o comércio internacional e o desenvolvimento da burguesia mercantil provocaram mudanças nos mundos do trabalho e uma maior necessidade de mão de obra para os ofícios urbanos. Para a burguesia ascendente, era imprescindível compelir as classes subalternas ao trabalho produtivo não só para livrar as ruas dos mendigos, ditos vadios e do elevado número de órfãos e menores desvalidos, mas sobretudo para ampliar o contingente de mão de obra disponível. Nesse sentido, ao longo do século XIX serão ensejadas múltiplas formas de exploração de mão de obra, — seja ela dita livre ou escravizada — no comércio, nos demais ofícios urbanos, nas incipientes indústrias e mesmo no campo. Especificamente no comércio, embora os caixeiros fossem trabalhadores legalmente livres, eram mantidos sob contratos de trabalho sub-remunerados que limitavam consideravelmente sua liberdade, mobilidade física e mesmo social. Essa pesquisa tem por objetivo examinar as complexas condições e relações de trabalho dependente mantidas entre comerciantes e caixeiros soteropolitanos, e as interações entre as diversas modalidades de exploração laboral dessa mão de obra dita livre e a escravizada tanto dentro como fora dos estabelecimentos mercantis no período de 1850 a 1889. Devido a própria logística cotidiana do comércio, os caixeiros estavam em constante interação com os eventuais escravizados domésticos, bem como os demais trabalhadores urbanos das mais variadas condições jurídicas. Portanto, mediante o exame da relação dos caixeiros com seus patrões e com os demais trabalhadores urbanos, objetiva-se uma compreensão aprofundada desse mundo do trabalho marcado pela exploração e pelos arranjos de trabalho dependente.

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Publicado

2024-04-30 — Atualizado em 2024-04-30