AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS AFRICANOS NA MEMÓRIA DE MÃE BILINA DE LARANJEIRAS

Autores

  • Maria da Conceição Bezerra dos Santos Sobrinha

DOI:

https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52435

Resumo

Este trabalho se dedica a realizar apontamentos acerca das representações sociais presentes nos relatos orais de Umbelina Araújo, “Mãe Bilina” de Laranjeiras, primeira aloxa (liderança religiosa) do Terreiro de Santa Bárbara Virgem. Umbelina Araújo nasceu em 1879, se denominava como uma “nagô legítima”, neta de quatro africanos, e a herdeira do legado religioso e simbólico nagô, na cidade de Laranjeiras nas primeiras décadas após abolição da escravidão. A comunidade nagô de Laranjeiras, é reconhecida, pela historiografia, como o primeiro terreiro nagô de Sergipe, fundada por africanos advindos da “Costa dos Escravos”. Em 1970, então liderados por Dona Umbelina Araújo, foram reconhecidos como praticantes da “pureza nagô”, uma espécie de ortodoxia do culto aos orixás em Sergipe. Dentro deste contexto, Umbelina Araújo concedeu cerca de treze entrevistas à pesquisadora Beatriz Góis Dantas, presentes na obra “Vovó Nagô e Papai Branco”. Seus relatos, transformados em fontes orais, condensam e expõem um rico universo mental, composto por um arcabouço mítico nagô, e um bojo ético-moral que que lhe foram transmitidos pelos africanos, com os quais “Mãe Bilina” conviveu desde a sua infância.

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Publicado

2022-12-30