Há passado em cidades novas? Reflexões sobre história e historiografia de uma cidade do século XX (Santa Rosa/RS)
DOI:
https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52434Resumo
Na primeira metade do século XX, ocorreu a criação deliberada de vários núcleos urbanos no território brasileiro, motivada pela necessidade de proteção de fronteiras, de escoamento da produção agrícola, de alocação da população imigrante e pela instalação de vias férreas. Isto se deu, principalmente, nas regiões do oeste do país e dos Estados, marcando um movimento territorial deslocado do litoral e das capitais econômicas e políticas. Este fenômeno tem sido nomeado pela produção acadêmica como “cidades novas”, termo que remete a uma condição temporal, mas também a uma identidade urbana específica. O conceito ganhou maior destaque nas discussões referentes ao urbanismo destes conjuntos e nos debates acerca da (in)existência de seu patrimônio cultural e espaços de memória, uma vez que, em geral, a estética urbana nestes municípios é marcada pela lógica da demolição e da reconstrução. Considerando que este é o panorama de muitas das cidades brasileiras que surgiram no século XX, propõe-se uma reflexão sobre os usos do passado e sobre as possíveis contribuições da História e da Historiografia para um entendimento mais plural e democrático da constituição destes espaços. Para tanto, utilizar-se-á o caso da cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, como fio condutor da explanação