DIÁLOGOS E CONFLITOS ENTRE AS ESCOLAS DE SAMBA DE SALVADOR E OS PODERES PÚBLICOS (1961-1987)
DOI:
https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52418Resumo
Este trabalho tem como objetivo investigar as relações de diálogos, controles e tensões envolvendo as Escolas de Samba do carnaval de Salvador e os órgãos oficiais entre 1961 e 1987. As Escolas de Samba se inserem como uma das maiores manifestações da cultura popular negra de Salvador carregada de valores, símbolos, tradições e sentido histórico que em determinados momentos contestavam o poder público e os mecanismos adotados pelas instituições oficiais que organizavam e normatizavam a festa. Embora o aparecimento do trio elétrico e a falta de recursos financeiros sejam apontados como responsáveis diretos pelo fim das escolas de sambas soteropolitanas, é possível constatar que a construção de uma narrativa que desprestigiava os desfiles das escolas de samba como algo não genuinamente baiano e um produto cultural de fora que não atendia a dinâmica popular da festa revelavam grandes conflitos envolvendo interesses políticos e complexas relações de poder em torno da festa carnavalesca soteropolitana.