ENTRE O VÍCIO E A VIRTUDE
Moral Católica e Modelos de Conduta na Bahia setecentista
DOI:
https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52415Resumo
A Bahia setecentista engajou-se no processo de disciplinamento social e religioso pós-tridentino de corpos, mentes e almas para consolidar a sua representação de metrópole religiosa no âmbito imperial e, portanto, ciosa do cumprimento da fé. Para este intento, os agentes eclesiásticos, notadamente o clero regular, com o apoio dos agentes civis, em especial o Governo-geral e a Câmara de Salvador, adotaram duas estratégias em produções discursivas que, neste artigo, serão examinadas com atenção: primeiramente, a reiteração de uma moral católica pós-tridentina mais individualizada; e, em seguida, a construção e o fortalecimento de modelos de conduta que transitavam entre as ideias de vício e virtude, presentes desde o início da colonização, para definir as práticas sociais e religiosas da cristandade nos limites entre o público e o privado e demandar a reação de um Deus justiceiro.