E O CAMPO SE DIVIDE:
o Ministério da Agricultura e seus técnicos durante a Guerra Fria (1946-1954)
DOI:
https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52383Resumo
O objetivo deste trabalho é a apresentar a trajetória institucional do Ministério da Agricultura (MA) durante os anos iniciais da Guerra Fria. Neste momento, registrou-se uma maior consolidação dos sectores empresariais fazendo com que a agricultura passasse a ser entendida como um negócio dependente de mudanças tecnocientíficas para uma melhor colocação comercial no cenário nacional e internacional. Além disso, a urbanização, o êxodo rural, a pobreza dos trabalhadores agrícolas e o aumento dos conflitos agrários surgiram como problemas aos quais o governo deveria dar respostas concretas. Durante este período foram realizadas as primeiras tentativas do Estado de reconhecer essas questões e resolvê-las tanto administrativamente como politicamente, especialmente com o estabelecimento das campanhas de extensão rural, como a missão rural de Itaperuna e a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER). Cabe ressaltar que estas transformações exigiram da máquina administrativa sua adaptação, demandando dos técnicos tanto novos mecanismos de ação, como sua própria mutação, passando a incorporar a participação de mulheres em seus quadros profissionais.