Aspectos repressivos ao carnaval de Salvador no periódico Diário de Notícias (1961 -1966)
DOI:
https://doi.org/10.9771/rhufba.v10i2.52372Resumo
O presente trabalho busca apresentar considerações sobre os aspectos e as representações do carnaval de Salvador entre 1961 e 1966. Em princípio, analisamos a relação do citado periódico com o universo não carnavalesco, pensando alterações no formato e as percepções construídas por este sobre o delicado momento político no qual o Brasil se encontrava. Compreendendo a renúncia do presidente Jânio Quadros como evento fundador de uma crise política, nota-se, ao longo da pesquisa um aumento significativo de publicações que se direcionam a ação da polícia, além de diversas proibições de atividades tidas como naturais no contexto carnavalesco, como o uso de máscaras à noite, o uso de lanças perfumes e a presença de fogos de artifício durante o festejo. O periódico também apresenta uma constante exaltação dos eventos realizados dentro de grandes clubes e bailes fechados, indicando estes como representantes do progresso em oposição ao carnaval de rua. Apesar disso, os festejos momescos continuavam apresentando suas características subversivas, com registros de algumas referências satíricas ao momento político do país.
