Uma nova perspectiva de cangaço: o mito e a guerrilha no Cinema Novo
Resumo
Este trabalho discute as representações sociais atribuídas ao cangaço no filme Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, tomando-o como fonte para análise da conjuntura política brasileira na década de 1960. Parte-se da premissa de que a filmografia produzida pelos intelectuais do Cinema Novo era compreendida como uma “missão”, pois estaria dando voz aos marginalizados. Consideramos a literatura como campo de influência na construção do filme citado na perspectiva da construção do sertão nordestino e do personagem Corisco. Deste modo, problematizamos aqui a representação do cangaceiro produzida por Rocha e o projeto político de esquerda defendido pelo grupo de intelectuais de classe média ao qual pertencia. Finalmente, assinala-se que a produção cinematográfica de Glauber Rocha trabalhou a imagem do cangaço mediante uma perspectiva mitológica, e não histórica.Downloads
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