Na teia da escravidão trabalho e resistência no Recôncavo baiano na primeira metade do século XVIII

Autores

  • Daniele Santos de Souza

Resumo

No Engenho do Conde, no Recôncavo baiano, cerca 66 escravos, entreeles Domingos Benguela, André Arda, o barqueiro Salvador e ocarpinteiro Paulo crioulo, assassinaram o Capitão João Dorneles em plenasafra de cana-de-açúcar no início de 1718. Foram todos presos na cadeiada Vila de São Francisco, enquanto os jesuítas, administradores doengenho, tentavam desesperadamente a soltura dos cativos, que faziam“grande falta ao dito Engenho”. Anos depois, João Dias, Nicácia e Terezapardos, e Perpétua mestiça foram acusados de assassinarem com umtiro de espingarda o seu ex-senhor José Pereira Sodré. Estas e outrashistórias de conflitos e embates envolvendo escravizados foramencontradas nos livros de Alvarás e Provisões do Tribunal da Relação daBahia. Este trabalho visa perceber a ações de resistência e amovimentação dos cativos no Recôncavo baiano na primeira metade doséculo XVIII, bem como analisar as medidas tomadas pelas autoridadescoloniais no controle e vigilância da farta população escrava existente naBahia. Nesse sentido, foram pesquisados os livros do Tribunal da Relação, onde os alvarás e provisões reais referentes aos processos dotribunal eram registrados, relacionando-os com as Ordenações Filipinas,as ordens e provisões régias. Deste modo, pretendo apresentar comoalguns escravizados construíram suas estratégias de resistência noRecôncavo baiano setecentista.

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