“Por meio da santa vida, se segue glorioza morte”: práticas ascéticas no Convento de Jesus de Setúbal (séculos XV a XVII)

Autores

  • Leonardo Coutinho de C. Rangel

Resumo

Este trabalho investiga os modos pelos quais as religiosas do Convento de Jesus de Setúbal, em Portugal, se relacionavam com formas extremas de espiritualidade ascética, do século XV ao XVII. Os penosos flagelos, os jejuns "apertados" e diversas outras formas de penitência e humilhação são algumas das práticas através das quais estas Clarissas da primeira regra buscavam atingir o ideal de perfeitas religiosas. Também procurase explorar a relação entre esta casa monástica, que abrigava a fina flor da nobreza de Portugal, e a Coroa, especialmente sob o reinado de D. Manuel, cuja ama foi fundadora do convento. Foi utilizada, como fonte básica para a pesquisa, a memória conventual intitulada Tratado da antiga e coriosa fundação do Conuento de IESU de Setuual, escrita na primeira metade do século XVII por Leonor de São João, uma das monjas da casa. Serviram também como fontes regulamentos da Ordem de Santa Clara e a Confissão de Fé do Concílio de Trento. A análise serial das informações sobre as religiosas citadas no Tratado indica uma freqüência maior de práticas ascéticas extremas após o Concílio de Trento (1545-1563), o que pode nos levar a concluir que as orientações que dele emergiram contribuíram para a intensificação desta forma de espiritualidade.

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Publicado

2018-05-24

Edição

Seção

Artigos