TY - JOUR AU - Carade, Hildon Oliveira Santiago PY - 2022/12/23 Y2 - 2024/03/29 TI - QUANDO O CAMPO É SUA PRÓPRIA UNIVERSIDADE:: NOTAS SOBRE A ETNOGRAFIA COMO “CATEGORIA DE ACUSAÇÃO” JF - Prelúdios - Revista do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFBA JA - Prelúdios VL - 10 IS - 11 SE - Artigos Dossiê DO - 10.9771/revpre.v9i10.37091 UR - https://periodicos.ufba.br/index.php/revistapreludios/article/view/37091 SP - AB - <p class="Padro"><span>Este artigo propõe uma reflexão acerca de uma pesquisa realizada entre 2009 e 2011 sobre as relações entre uma instituição de ensino superior e uma parcela da sociedade, a saber, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da UFBA e os bairros situados em seu entorno. Tomo a seguinte questão como guia: como se dá a etnografia em um setor que vislumbra a si mesmo como estando para além dos limites do Estado? Por um lado, na letra oficial das instituições estatais, a universidade pública aparece como que desprovida de poderes executivos e legislativos, estando afiançada apenas de um  poder consultivo, tendo por prerrogativa a tarefa de auxiliar os gestores públicos na arte do bom governo. Por outro, etnografias sobre setores do Estado informam que as suas instituições, não raro, operam extrapolando o seu arcabouço legal/formal. Reside aí toda a questão, pois um relato sobre a vida privada de uma instituição da qual o antropólogo está vinculado inspira dois tipos de reações: aqueles que temem ser “avaliados” negativamente e terem, assim, seu sistema de representações ferido e aqueles que querem ver “o circo pegar fogo”, conquanto não voem faíscas a chamuscar suas reputações. Desta forma, a etnografia é enquadrada como um exercício de antropologia <em>anti-social</em>, nos termos do antropólogo David Mosse. No caso em tela, teme-se que a análise das relações  entre  a  FFCH  e  a sua vizinhança demonstre o quão esta entidade está enredada em condicionamentos e ideologias que, a princípio, seriam vistos como alheias a ela.</span></p> ER -