Revista Periódicus https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus <p>Periódicus é uma revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gênero e Sexualidades (NuCuS) do IHAC - Professor Milton Santos, ao Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade e ao Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT). Divulga, traduzr e fomenta os Estudos de Gênero e Sexualidade, a partir de perspectivas feministas, queer, transfeministas, anti-racistas e anti-coloniais do Brasil e demais países da América Latina. <br />Área do conhecimento: Ciências Humanas/Interdisciplinar<br />ISSN (online): 2358-0844 - Periodicidade: Semestral</p> pt-BR <p dir="ltr"><span>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</span></p><p>Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob Licença Creative Commons Attribution Noncommercial que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sendo vedado o uso com fins comerciais.</p><p dir="ltr"><span>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</span></p><p dir="ltr">Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html">O Efeito do Acesso Livre</a>).</p> revistaperiodicus@ufba.br (Equipe Editorial Periódicus) revistaperiodicus@ufba.br (Equipe editorial) qua, 04 dez 2024 19:33:11 +0000 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 O corpo em evidência https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/58242 <p style="line-height: 100%; orphans: 0; widows: 0; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Este artigo aborda como, a partir da década de 2000, Judith Butler realiza uma releitura criativa de conceitos de Hannah Arendt. Privilegiamos a apropriação feita da noção de “espaço de aparecimento”</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> e suas implicações para as questões trans. Aqui, o espaço, mais do que uma geografia física, aparece com um entre-lugar [</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><em>in-between</em></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">] arendtiano que faz e se desfaz mediante o encontro dos corpos. Para dialogar com a questão do aparecimento e invisibilidade de pessoas trans no espaço público, utilizamos as reflexões de Viviane Namaste (2006); Susan Stryker </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">e Stephen Whittle </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">(2006); Viviane Vergueiro (2015).</span></p> <p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> </span></span></span></p> Francisco das Chagas Alexandre Nunes de Sousa Copyright (c) 2024 Francisco das Chagas Alexandre Nunes de Sousa http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/58242 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Hazte Oír e o aprendizado político do OIB, um think tank do movimento antigênero brasileiro https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57396 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;">Este estudo foca no aprendizado político resultante da aliança transnacional entre o Observatório Interamericano de Biopolítica (OIB) e a organização espanhola Hazte Oír, que contribuiu para a atual configuração do movimento antigênero no Brasil. A pesquisa adota a hipótese de que a mentoria da Hazte Oír proporcionou ao OIB um aprendizado político significativo, refletindo-se no fortalecimento de suas capacidades de </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><em>advocacy</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"> e na consolidação de sua posição como um </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><em>think tank</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"> influente no debate sobre sexualidade e gênero no contexto de 2013 a 2022. Utilizando o arcabouço da </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><em>Advocacy Coalition Framework</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"> (ACF), o estudo analisa as dinâmicas de ação do OIB, focando especialmente na interação entre os atores envolvidos e na evolução de suas táticas. A metodologia qualitativa empregada baseia-se na análise de um </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><em>corpus</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"> diversificado de fontes documentais, incluindo artigos de jornais, documentos oficiais e material de audiências públicas. As conclusões indicam que o aprendizado político adquirido por meio dessa parceria não apenas fortaleceu as capacidades do OIB, mas também o posicionou como um agente central na promoção de uma agenda conservadora no Brasil.</span></span></p> Ana Kelma Cunha Gallas, Olivia Cristina Perez Copyright (c) 2024 Ana Kelma Cunha Gallas, Olivia Cristina Perez http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57396 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 A práxis nos movimentos sociais https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/55706 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Atualmente, pessoas não bináries ainda precisam conquistar espaço, direito e reconhecimento na sociedade. Tendo isso em mente, em 2021 criamos o Coletive Não Binárie PB para reunir vozes de pessoas dissidentes de gênero e assim construir uma força política. No entanto, ao refletir sobre os elementos que condicionam a subalternização das experiências que destoam das normas de sexo/gênero, percebemos que é importante desenhar uma atuação também pautada em reflexões teóricas. Portanto, este breve texto, que integra elementos ligados ao ensaio teórico e ao relato de experiência, foi escrito com o objetivo de promover reflexão sobre a atuação dos movimentos sociais pautada na ideia da </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">práxis</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>, </em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">considerando o contexto da nossa experiência com o Coletive Não Binárie PB. No nível teórico, nos perguntamos sobre as condições nas quais se constroem sexo e gênero na sociedade, e isso nos leva a uma atuação pautada no questionamento das normas sociais que produzem e hierarquizam as diferenças.</span></span></p> <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span lang="es-ES"> </span></span></span></p> D'Angelles Vieira, Selme Cabral Copyright (c) 2024 D'Angelles Vieira, Selme Cabral http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/55706 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Crime, Loucura e Castigo https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59872 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Entre o final do século XIX e começo do século XX, ganha destaque o debate internacional entre psiquiatria e criminologia acerca do lugar clínico dos(as) pacientes psiquiátricos(as) que cometem atos violentos de grande repercussão jurídica. Em relação às mulheres, atrelou-se a manifestação de violência a desequilíbrios de ordem hormonal. Em sentido diverso, este estudo objetivou discutir, à luz de seus precedentes sociológicos, o perfil das vítimas nos atos infracionais de mulheres recolhidas à custódia psiquiátrica. Para tanto, a pesquisa qualitativa recorreu ao estudo de caso da ala feminina do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico da Bahia (HCTP-BA), em abordagem empírica com técnica de entrevistas semidiretas às pacientes e aos profissionais. Além disso, realizou-se uma revisão de literatura e normativa. Como resultado, identificou-se o perfil majoritário de companheiros e filhos(as) como vítimas dos atos infracionais cometidos por mulheres direcionadas ao HCTP. No contexto do cometimento dos atos no qual emergiu a crise psiquiátrica, sobressaltou a similitude de conflitos de gênero de ordem física, sexual e psicológica contra a mulher. Conclui-se que a categoria de vítimas se repete entre os casos em função de seu atrelamento à circunstância comum de violência no ambiente doméstico. </span></span></p> Helena Loureiro Martins, Andrea Santana Leone de Souza Copyright (c) 2024 Helena Loureiro Martins, Andrea Santana Leone de Souza http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59872 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Superman beijando um homem https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/54204 <p class="western" style="line-height: 100%; text-indent: 0cm; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O artigo realiza uma análise de caso de representação LGBTQIAPN+ no mundo dos quadrinhos, por meio da edição </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Superman: son of Kal-El</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> # 5. Nossa pesquisa será qualitativa e a </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">questão principal será ver se tal abordagem da personagem pode ser considerada um </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>acontecimento</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">, nos moldes propostos pelo filósofo esloveno Slavoj </span></span><em><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-style: normal;">Žižek. Nossa investigação contará com amplo aporte teórico sobre a história dos quadrinhos e representações LGBTQIAPN+. Nossa conclusão irá apontar como tal edição pode ou não ser considerada um acontecimento, mas nós não considerados de tal modo, por causa de um substrato conservador, </span></span></span></span></em><em><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">a</span></span></span></em><em><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">queer</span></span></span></em><em><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-style: normal;">. </span></span></span></span></em></p> Mário Jorge de Paiva Copyright (c) 2024 Mário Jorge de Paiva http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/54204 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Perigo cor-de-rosa https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/53216 <p class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Este trabalho consiste em uma reflexão sobre a produção do medo aos dissidentes sexuais e de gênero durante o regime ditatorial brasileiro (1964-1988). Objetivamos propor e defender o conceito de “deimopolítica” como paradigma de governamento vinculado às tecnologias de produção da posição de sujeitos amedrontados (amigos) e de sujeitos ameaçadores (inimigos). Tomamos a “deimopolítica” como um funcionamento do registro do poder responsável por selecionar social e historicamente quais corpos devem ser temidos e quais corpos merecem compaixão. Para isso, analisamos as políticas sexuais e de gênero radicalizadas pela ditadura militar como estratégia de controle social e como estratégia de justificação da necessidade social desse regime ditatorial. Ao mobilizar o medo e a esperança, as instâncias intraestatais incitaram a produção de uma posição-sujeito cidadão essencial ao projeto nacionalista totalizante de recorte </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><em>neoliberal dependente</em></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> que desenhou e constituiu o quadro sociopolítico (democracia liberal) que se perpetua na sociedade brasileira.</span></p> <p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></p> Ruan Henrique Gomes Silva, Rick Afonso-Rocha Copyright (c) 2024 Rick Afonso-Rocha http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/53216 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Apologia a um corpo outro https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59883 <p class="western" lang="pt-BR" style="line-height: 100%; orphans: 2; widows: 2;" align="justify"><span style="font-family: Aptos, serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O ensaio aborda a questão de como reinserir a problemática da matéria nos atuais debates feministas sobre os corpos, de maneira a não sucumbir à concepção moderna de materialidade corporal como pura facticidade biológica, inerte e autossuficiente (posição que, tradicionalmente, fundamentou essencialismos antifeministas) e, simultaneamente, não capitular aos impulsos linguísticos totalizantes que marcam muitos dos construtivismos hoje dominantes na área. Por meio de um percurso expositivo-argumentativo fiel à “infidelidade disciplinar” que caracteriza o pensamento feminista desde a sua gênese, pretendemos demonstrar que a teoria quântica de Niels Bohr, e sua posterior apropriação e radicalização por Karen Barad, oferecem inovadores entendimentos sobre a matéria, a partir dos quais podemos edificar uma nova concepção de corpo. Avançamos, nesse sentido, a noção de “corpo-</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>phenomenon</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">”, uma alternativa àquilo que nomeamos de “modelo corporal epidérmico”.</span></span></span></span></p> Caynnã Santos Copyright (c) 2024 Caynnã Santos http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59883 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Adoção e homoparentalidade no filme Patrik 1.5 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57567 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Este artigo examina o processo de transição para a parentalidade adotiva em um casal homossexual masculino, por meio da análise de uma narrativa cinematográfica. Ao longo do filme </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Patrik 1.5,</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> acompanhamos a história de uma adoção tardia e a formação do vínculo entre os pais e o filho adolescente. Alegrias e surpresas iniciais no cenário da adoção são abordadas, bem como seus desdobramentos na dinâmica conjugal do casal protagonista. Partindo da compreensão do filme como meio de reprodução de discursos que integram a vida social, analisamos cenas selecionadas à luz do arcabouço teórico da Psicanálise Vincular. Interpretamos as tramas envolvidas no processo de construção da vincularidade entre pais adotivos e filho, com foco nos processos vivenciados pelo casal na esfera conjugal, destacando os tensionamentos que levaram à ruptura momentânea. Com apoio do adolescente, o casal conseguiu reconfigurar o vínculo amoroso, ao mesmo tempo em que abriu espaço para acolher o novo membro familiar.</span></span></p> Amanda Brandane Minari, Érika Arantes de Oliveira-Cardoso, Letícia Carolina Boffi, Manoel Antônio dos Santos Copyright (c) 2024 Amanda Brandane Minari, Erika Arantes de Oliveira-Cardoso, Letícia Carolina Boffi, Manoel Antônio dos Santos http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57567 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Entre versos e correntes https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57394 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O conceito de “carrocracia</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">”</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> (Trói, 2017) nos serve de plataforma para a problematização acerca dos aparatos de dominação neoliberal </span></span><span style="color: #4d5156;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">–</span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> centrados no individualismo radical, daí a dominância do automóvel particular na esteira do planejamento urbano sob a lógica rodoviarista </span></span><span style="color: #4d5156;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">–</span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> na era do Antropoceno e, por que não dizer, na era do Capitaloceno (Haraway, 2016). É dessa sorte que este estudo pretende investigar um aspecto da poesia do artista chileno Nicanor Parra a partir da visagem/símbolo da bicicleta: qual é o lugar que o modal ocupa nessa poética? Há, de maneira deliberada, um tensionamento entre linguagem e vida na reiterada representação do modal no transcorrer de sua obra? Na análise, integramos o repertório advindo da crítica literária (Campos, A. de; Gallardo, 2004; Grandón, 2014; Valverde, 2022) com os estudos urbanos (Carmelini; Mizoguchi, 2022), além das contribuições produzidas pela militância organizada pela bicicleta e pelo direito à cidade (Ludd, 2005; Furness, 2013; Augé, 2009).</span></span></p> Rafael Passos, Francisco Passos Copyright (c) 2024 Rafael Passos, Francisco Passos http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57394 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Identidade, memória e colonialidade de gênero no conto “Tílburi de praça”, de Raul Pompéia https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57001 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Um clássico do modernismo brasileiro, “Tílburi de praça”, de Raul Pompéia, apresenta elementos que evidenciam a colonialidade de gênero que é estruturante na sociedade brasileira, no que tange à universalização da identidade de mulher aos moldes patriarcais, e também traços que permitem a desconstrução desta. A proposta deste escrito é elucidar a respeito das características que articulam o narrador-personagem aos eixos da identidade e da memória, a fim de observar como este constrói, a partir de sua cosmovisão, os demais personagens ao longo do conto. O aporte teórico-metodológico para a análise tem como base os escritos de Ricoeur (1994), Costa (1992), Maingueneau (2006; 2008), Reis (1995), Santos (2011), Lugones (2014) e Engels (1884).</span></span></p> Caroline Luiza Willig, Saraí Patrícia Schmidt Copyright (c) 2024 Caroline Willig http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/57001 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Uma análise sobre a culpa, o medo e a vergonha em "A palavra que resta", de Stênio Gardel https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/60145 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Este artigo oferece uma análise crítica da personagem Raimundo, protagonista do romance </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>A Palavra que resta</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> (2021), do escritor cearense Stênio Gardel, a partir dos sentimentos de culpa, medo e vergonha em relação à sexualidade. Utilizando um referencial teórico e uma abordagem analítica transdisciplinar que integra estudos literários, psicanálise e ciências sociais, o presente trabalho examina como esses sentimentos, potencializados por uma sociedade fortemente calcada em valores cristãos, operam como mecanismos de controle social, afetando a trajetória do protagonista. Destacamos como a família possui um papel fundamental na disseminação do sentimento de culpa cristã incutido em Raimundo. Todavia, além das temáticas principais discutidas neste estudo, pontuamos o processo de libertação do protagonista, que, a partir da meia-idade, elabora os traumas e inicia um processo de aceitação da própria sexualidade, superando os sentimentos que o tolheram ao longo da vida.</span></span></p> Raul Leme Medeiros, João Pedro Wizniewsky Amaral Copyright (c) 2024 Raul Leme Medeiros, João Pedro Wizniewsky Amaral http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/60145 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Gênero e diversidade sexual na Sociologia do ensino básico https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/52137 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Este artigo é fruto de uma pesquisa que objetivou analisar como os docentes de Sociologia abordam a temática de gênero e diversidade sexual em sala de aula. Para tanto, 1) percorre-se, a partir da análise da literatura, um quadro histórico de efeitos do chamado “pânico moral” no Brasil e 2) faz-se uma análise de entrevistas em profundidade realizadas com cinco professores de Sociologia da rede pública no estado do Rio de Janeiro. Apresentam-se como resultados: a partir de 2018, houve mais dificuldades em se abordar temas que acionam dinâmicas do pânico moral em sala de aula e mais ameaças à liberdade de cátedra. Não obstante, a maior parte dos estudantes, segundo os docentes, se mostra aberta à reflexão e ao debate. À guisa de conclusão, apresenta-se o cenário atual da disciplina no ensino médio, a partir da reforma e da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), junto aos desafios futuros narrados pelos professores quanto à diminuição de tempo da disciplina e sua fragmentação em uma área mais ampla.</span></span></p> Heitor Martins Guimarães Copyright (c) 2024 Heitor Martins Guimarães http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/52137 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Revisão sistemática acerca das relações de gêneros e sexualidades na educação básica brasileira, entre os anos 2001 a 2022 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/56790 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">A presente pesquisa problematizou: “Quais são as temáticas dialogadas pelas pesquisas científicas brasileiras no tocante às relações de gêneros e sexualidades na educação básica?”. Nossa proposta foi de contribuir com os diálogos acerca dos estudos de gêneros e sexualidades, no âmbito da educação básica brasileira, por compreendermos a </span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">necessidade de se promover debates acerca da diversidade de gêneros e sexualidades nas instituições escolares brasileiras, como feito por Louro (1997), Asinelli-Luz (2008), Silva (2010), Miskolci (2012), Butler (2016), Paraíso (2016), dentre outros(as). </span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Operacionalmente, realizamos a pesquisa de revisão sistemática em três bancos de dados, a saber: 1) Scielo; 2) BDTD; e 3) CAFe. Os resultados obtidos demonstraram que, entre os anos 2001 e 2022, 158 pesquisas foram publicadas sobre o tema gêneros e sexualidades na educação básica. Esses dados foram tematizados, a fim de sistematizá-los e realizarmos sua análise. No presente artigo, indicamos, com base nas citações e referências, as pesquisas que foram identificadas.</span></span></p> Ramon de Oliveira Bieco Braga, Cesar Alves de Meira Filho, Araci Asinelli-Luz Copyright (c) 2024 Ramon de Oliveira Bieco Braga, Cesar Alves de Meira Filho, Araci Asinelli-Luz http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/56790 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Hermética https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/58803 <p style="line-height: 100%; orphans: 2; widows: 2; margin-bottom: 0cm;" align="justify">“<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Hermética”, como conto e produção literária, nasce de um retrato, ou de uma experiência, sobre noções de espera, relacionamentos e estruturas internas que, ao serem exploradas pela metáfora, são capazes de transmitir sentimentos por meio daquilo que os aprisiona. A narrativa toma para si caminhos não explícitos; na medida em que essa ausência de desvelo se constrói são fixados pontos de tensão, e o texto, mesmo em seu mistério, também se torna claro. O lugar de “Hermética”, ou de sua precisa tradução para o inglês, “Airtight”</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>,</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> habita o claustro, sufocante, de algo que não é manifesto, melhor dizendo, não manifestado, mas de forma alguma deixa de habitar um cotidiano comum, uma relação tão marcada por uma normatividade nauseante. Espera-se de “Hermética” o som abafado de um pote que fecha.</span></span></p> Emily Aragão Copyright (c) 2024 Emily Aragão http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/58803 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Inventando o Trabalho Sexual https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59310 <p><strong>Resumo</strong><span style="font-weight: 400;">: A presente contribuição é uma tradução ao português brasileiro do ensaio </span><em><span style="font-weight: 400;">Inventing sex work</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1997) da ativista estadunidense Carol Leigh/ Scarlot Harlot, composta a partir de sua versão em inglês e da tradução ao castelhano,</span><em><span style="font-weight: 400;"> La invención del Trabajo Sexual</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2016) realizada por Cecilia Varela (CONICET/UBA) e Santiago Morcillo (CONICET/UNSJ). No texto, Harlot relata em primeira pessoa seu processo de formação como militante feminista nas décadas de 1970 e 1980 em diversas agrupações, notando a estigmatização com a qual as prostitutas eram tratadas nesses espaços. Essa inquietude, somada às suas próprias experiências como prostituta e à necessidade de encontrar novas maneiras de nomear a atividade laboral, a levou a cunhar, em suas intervenções feministas, os termos “trabalho sexual”, “trabalhadora do sexo” e “indústria do trabalho sexual”. Recupera-se este ensaio de grande importância para as lutas contemporâneas das trabalhadoras do sexo, além de se discutir em nota alguns aspectos do processo de tradução.</span></p> <p><br><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Scarlot Harlot; Trabalho Sexual; Prostituição, Putafeminismo; Tradução Feminista.</span></p> Scarlot Harlot Copyright (c) 2024 Maria Barbara Florez Valdez, Penélope Serafina Chaves Bruera http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/59310 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000 Expediente https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/64640 <p>Expediente, vol. 3.</p> Copyright (c) 2024 Revista Periódicus http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/64640 qua, 04 dez 2024 00:00:00 +0000