O alcalóide monocrotalina, extraído de "Crotalaria retusa", atua diretamente em culturas primárias de astrócitos alterando a expressão GFAP, a morfologia e o crescimento celular.

Autores

  • Rafael Araújo Barreto Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Juliana bentes Hughes Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Cleide Santos Souza Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Victor Diógenes Amaral Silva Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Eudes Silva Velozo Laboratório de Pesquisa em Matéria Médica, FFAR/UFBA
  • Maria José Moreira Batatinha Laboratório de Toxicologia, Escola de Medicina Veterinária, UFBA
  • Maria de Fátima Dias Costa Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Ana Rita Silva Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Ramon Santos EL-Bachá Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA
  • Silvia Lima Costa Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA,

Palavras-chave:

Crotalaria, monocrotalina, alcalóides pirrolizidínicos, astrócitos, GFAP.

Resumo

Casos de intoxicações com plantas do gênero Crotalaria (Leguminosae) em humanos, e principalmente em animais, tem sido amplamente descritos, com o comprometimento do SNC em animais mais sensíveis, como equídeos. Esse estudo objetivou investigar os efeitos diretos do alcalóide pirrolizidínico Monocrotalina (MCT), principal toxina da C. retusa, em culturas primárias de astrócitos corticais de ratos. Foram testadas concentrações entre 0,1-500µM da MCT no período de 24 e 72h. O teste do MTT revelou que a MCT não mostrou toxicidade em astrócitos. A coloração de Rosenfeld permitiu evidenciar que os astrócitos tratados com 10-500µM MCT por 72h, apresentaram o corpo celular contraído e desenvolveram finos prolongamentos de tamanho variável; este efeito foi dose-dependente, e verificado em até cerca de 80% das células tratadas com 500µM MCT. Modificações na expressão da GFAP foram verificadas por marcação imunocitoquímica e western blot, especialmente após 72h de tratamento: a MCT induziu, de forma dose dependente, modificação na distribuição da GFAP, que ficou mais localiza na região peri-nuclear, e uma redução de cerca de 40% nos níveis de expressão dessa proteína foi verificada em todas as concentrações testadas. A coloração da cromatina nuclear com Hoechst-33258 revelou que a presença de astrócitos com núcleos picnóticos ou múltiplos nas culturas tratadas com 1-500µM MCT. Estes resultados indicam uma ação direta da MCT em astrócitos corticais de ratos, alterando a morfologia e o crescimento celular, e sugerem que a resposta astrocitária a este alcalóide pode estar relacionada aos danos no SNC observados em animais intoxicados.

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Biografia do Autor

Silvia Lima Costa, Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular, ICS/UFBA,

Silvia Lima Costa concluiu o doutorado em Neurosciências - Universite de Paris XII (Paris-Val-de-Marne) em 2000. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia e Pesquisador Colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou 23 artigos em periódicos especializados e 65 trabalhos em anais de eventos. Possui 9 produtos tecnológicos, 3 processos ou técnicas e outros 17 itens de produção técnica. Participou de 7 eventos no exterior e 16 no Brasil. Orientou 4 dissertações de mestrado, além de ter orientado 10 trabalhos de iniciação científica e 3 trabalhos de conclusão de curso nas áreas de Bioquímica, Farmacologia e Educação. Recebeu 4 prêmios e/ou homenagens. Entre 2001 e 2006 participou de 3 projetos de pesquisa. Atualmente participa de 9 projetos de pesquisa, sendo que coordena 6 destes. Atua na área de Bioquímica e Famacologia. Em suas atividades profissionais interagiu com 177 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: glia, Glioblastoma, glioma, Crotalaria, differentiation, flavonoides, plantas medicinais, retinoids, astrócitos e Bioquímica.

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Publicado

2007-03-26

Edição

Seção

Patologia e Clínicas