A servidão cultural: uma análise crítica do discurso do Ministério da Cultura de 2003 a 2017
DOI:
https://doi.org/10.9771/pcr.v12i1.27105Resumo
A ideia de cultura como direito fundamental, valorada em si (não obstante à constituição de 1988) só é apropriada com a entrada de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. A despeito do esforço de um reposicionamento conceitual e político, o campo cultural permanece em disputa nos anos que se seguem. Objetivou-se, neste sentido, analisar criticamente os discursos – utilizando a lente teórico-metodológica de Norman Fairclough (2001, 2003) – de posse dos últimos oito Ministros da Cultura do Brasil (a partir de 2003), evidenciando aspectos ideológicos subjacentes ao conceito de cultura que fundamentam e refletem as ações no campo. Observou-se que, a despeito do esforço anunciado, a cultura permanece servil; razão secundária de políticas “econômicas e sociais” da cultura; um meio, instrumento à serviço do desenvolvimento nacional.