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Revista NAU Social - v.14, n.25, p. 904 – 922 Ago. 2023 / Dez. 2023 |
ISSN - 2237-7840
Editorial
“Eu queria ser uma abelha para pousar na sua flor, haja amor, haja amor”!
Luiz Caldas (Haja amor!)
“A gente quer mudança
O dia dá mudança
A hora dá mudança
O gesto dá mudança”
Gilberto Gil (O eterno Deus Mu Dança)
E eis, leitor queride, que essa tripulação editorial conseguiu o feito de navegar rumo ao último número da
nossa Nau Social, na série histórica de 2023. Esses editores já cansados de tantas andanças pelos
processos de avaliação prévia, avaliação por pares e editoração, se olham de soslaio e marotamente se
sentem profundamente atraídos pelo fácil, mas proibido, qual seja, pedir a inteligência artificial, o tal do
cérebro eletrônico, que nos forneça, como num passe de mágica, este editorial.
Será, leitor, amade, que as IAs legarão para as próximas gerações os estilos de nossa época, qual os,
românticos, parnasianos, modernos e barrocos o fizeram outrora? E os jovens do futuro, ao buscarem
informações de como os seus ancestrais, pensavam e agiam no trato social, encontrarão referências de
nós, aqueles que publicam seus textos tortos e esses editoriais moucos nesta NAU Social?
Não se produz uma revista sem a ambição de que ela seja lida! Se estamos aqui a publicar nossos números
é porque desejamos que essa NAU exista e continue produzindo frutos para o aqui, o agora e o que há
porvir. Os artigos que conferem o corpo deste periódico são mais do que a produção do conhecimento
oriunda do engenho e arte de meros indivíduos encapsulados nas suas particularidades, é, sobretudo, o
retrato de nossos olhares coletivos para o entendimento de que o social é um artefato motriz da grande
capacidade de emularmos políticas e grandes projetos de transformação.
É diante desse compromisso nosso de cada dia que a NAU Social tem de modo árduo empreendido
esforços em prol da ampliação da sua divulgação. Nesse sentido, estamos ampliando a cada dia a nossa
participação nos indexadores nacionais e internacionais. Isso não é uma tarefa fácil para uma revista contra
hegemônica que não cobra valores para publicação dos textos selecionados e, muito menos, goza de apoios
institucionais para a manutenção desta revista. Mas somos guerreiros e vamos vencer! E os autores que
nos procuram para publicar suas experiências no campo da Gestão Social ,certamente, não se arrependerão
de participar desse projeto lindo e potente que é a Nau Social.
Nos próximos números, vocês leitores querides, perceberão mudanças… “O eterno Deus Mu dança!’ E
como ele dança! E nessas danças todas, entraremos em fluxo contínuo, ao que esse exercício de formular
editoriais que tanto nos diverte, passará a ser mais compassado, a fim de que os artigos assim que
aprovado, já fiquem à mostra do grande público, porque é para vocês que a gente navega essa NAU.
Navegar uma revista que se alcunha por NAU é, minha gente, a nossa cota de desbunde para uma vida tão
careta que nos impõe sempre gestos e formas padronizadas. É a nossa chance de exercitar a capacidade
de delírio, de estupefato com o milagre das velas ao vento que fazem um barco singrar.
E sem mais delongas, aqui usando um jargão do juridiquês nacional, passamos agora a apresentar os
artigos deste último número da série histórica de 2023.
Nos nossos Diários de Bordo, no artigo Estudo de caso dos impactos de uma OSCIP dedicada ao
atendimento ortopédico de atletas de alto rendimento: o Instituto Vita, os autores Rodrigo Guimarães
Motta, Leandro Pereira de Lacerda e Luciano Antônio Prates Junqueira buscaram evidenciar impactos
da OSCIP Instituto Vita no que concerne ao atendimento ortopédico e a reabilitação de atletas carentes,
observando-se ainda como esses impactos se estendem às atividades de ensino e pesquisa. Em A
GESTÃO SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CASO DA
ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES FAMILIARES DE BRUMADINHO - ASPRUB, as autoras Sônia Maria
Costa Azevedo Azevedo, Wânia Maria Araújo buscaram apresentar os conceitos de gestão social,
intersetorialidade e desenvolvimento local e sua aplicação na implementação de políticas públicas para
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Revista NAU Social - v.14, n.25, p. 904 – 922 Ago. 2023 / Dez. 2023 |
ISSN - 2237-7840
evidenciar a relação entre eles, no contexto dos agricultores familiares de Brumadinho atingidos pelo
rompimento da barragem B1. Em POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS MULHERES: ANÁLISE DO
ATENDIMENTO DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A PARTIR DO CENTRO DE
REFERÊNCIA DA MULHER NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN, as autoras Magna Karol Alves de Paiva
e Terezinha Cabral de Albuquerque Neta Barros buscaram analisar o atendimento prestado às mulheres
vítimas de violência doméstica pelo Centro de Referência da Mulher (CRM), no município de Mossoró/RN,
que está inserido nos serviços especializados de atendimento às vítimas de violência doméstica (BRASIL,
2013). Por fim, em Abordagem Discursiva da Ação Pública como ferramenta para análise da construção do
problema público, o autor Leandro de Carvalho buscou verificar como a crise de um dado setor econômico,
qual seja, a indústria fonográfica, foi transformada em problema público, uma pesquisa que se utilizou da
Abordagem Discursiva da Ação Pública.
E nos nossos Novos Territórios… muitos mares ainda por navegar, tanto mar, tanto mar! No artigo A
IMIGRAÇÃO E A TECNOLOGIA: desafios do século XXI, os autores Roberto Vilmar Satur e Guilherme
Ataíde Dias, realizam a discussão sobre o desafio de ser imigrante e refugiado e como a cultura digital
podem, ambas, contribuir para que o ato de estar em terras estrangeiras seja menos complexo para quem
se lança nessa aventura. Em Adolescente em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto: o
acesso integral à saúde é uma realidade? os autores Joanna D'Arc Neves Costa, Flavinéia Cristina
Rodrigues Soares, Daiéllen Martins Veronezi e Tony Hiroshi Katsuragawa buscaram analisar o
atendimento de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto quanto ao
acesso à atenção integral à saúde, um estudo de caráter descritivo documental transversal de abordagem
quantitativa, realizada mediante análise de dados secundários. Em OPORTUNIDADES POLÍTICAS E O
REPERTÓRIO DE INTERAÇÃO DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA DO RIO
GRANDE DO NORTE NO GOVERNO FÁTIMA BEZERRA (2019-2022) os autores Pedro Henrique Correia
do Nascimento de Oliveira, Ana Vitória Araújo Fernandes, Lindijane de Souza Bento Almeida e
Raquel Maria da Costa Silveira buscaram analisar como ficou a interação socioestatal dos governos
petistas em nível subnacional após o impeachment da presidenta Dilma, um artigo que toma como estudo
de caso o Rio Grande do Norte (RN) e a eleição de um governo estadual petista, em 2018, na contramão
nacional. Em A GESTÃO DOS “FUTUROS” NAS DEMOCRACIAS: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA
NOÇÃO DE BIOPOLÍTICA, os autores Augusto Cecchin Bozz e Suely de Aquino Gomes buscaram de
modo teórico analisar a categoria social da biopolítica, analisando, justamente, os modos pelos quais “os
futuros” tornam-se inteligíveis, praticáveis e governáveis nas democracias liberais contemporâneas. Por fim,
em Práticas articuladas em redes formativas antirracistas: Ações do Núcleo de Estudos Afro-
Brasileiros da UFES e o Ministério Público do ES, as autoras Patrícia Gomes Rufino Andrade e Márcia
Araújo Souza Beloti buscaram apresentar uma prática formativa de projeto piloto interinstitucional em
Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER) no âmbito do Mestrado Profissional em Educação.
E nesse pier nosso de cada dia, em cada velejada dessa Nau Social o que é que de fato buscamos?
Buscamos por certo algum porto seguro diante de tantas inseguranças que pairam sob esse nosso mundo
de encantos e desencantos. E lá na play list do Karaokê do menino e da menina nova, um velho hit do rei
do fricote vaticina o que tem de sobra, mas ainda falta muito nesse mundo: Amor… “Eu queria ser uma
abelha pra pousar na sua flor, haja amor, haja amor! Haja amor pra plantar, Haja amor pra sorrir, Haja amor
pra viver, Haja amor… Seja flor, Anjo no céu!”
Esse editorial é dedicado aos sorrisos de Malu, de Benjamin, de João Luis, de Thiago, de Claudia, de Maria
Amélia Corá e também de André Luis… concebido e gestado em tarde de puro deleite musical nas sacadas
de um sobrado da velha São Salvador.