Compluridades e multi-suis

design com outros nomes e intenções

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/lj.v3i0.60546

Palavras-chave:

Design do sul, Sul do design, Design com outros nomes, Design

Resumo

O design não acontece no vazio. Ele é fruto do exercício de pessoas que, agrupadas, chamamos de "sociedades", embora pudessem ser designadas de outras maneiras. Se não fazemos isso é porque a partir de um lugar do Ocidente todos os demais lugares planetários foram classificados e foi assumida a generalidade do “diferente” com os conceitos do “mesmo”. Agora, na Abya-Yala/América Latina do século XXI, muitos de nós reconhecem antigas novidades, mundos dentro do mundo e alguns de nós advogam por desclassificar as chaves do expansionismo ocidental e das suas doutrinas avassaladoras ontem e coexistentes hoje (capitalismo, marxismo, ecumenismo, colonialismo, globalização), todas produto daqueles que professam conhecimentos ou ‘epistemologias’ do norte através das quais se fizeram passar as ideologias e práticas de uma parte normal da humanidade como se fossem A ‘norma’. Diante disso, reflito sobre o sul do design (aquilo que, quando os mapas foram desenhados, ou foi destinado a lugares inferiores, ou foi excluído ou negado) e sobre o design do sul (como construção de sul ou suis, lugares de rumos outros e realidades outras). Com o meu exercício, tento me aproximar de formas de conhecer e decidir de pessoas concretas com saberes combinados, aqui e agora, mais do que de sujeitos abstratos em instâncias ideais. Desconfio do conhecimento especializado procedente invariavelmente de quem se sente dispensado de todo questionamento, superior em saber e entender todos os demais humanos. Defendo como destino o que é múltiplo, confuso e misturado, mais para equilibrar a ilusória e imposta unicidade do “puro” do que para negar. Infiro que é possível identificar, porque realmente já existem, correlatos do que profissionalmente chamamos design, gestados de saberes outros (ou do sul), tais como: as noções andinas da vida em plenitude, as noções africanas de vínculo com o todo, as formas maoris de fazer as coisas, a insistência gandhiana na força da verdade, etc. Emocionado com isso, eu acudo, para sustentar o meu assunto, aos pensadores de fronteira. Proponho retomar um presente construído para o agora diverso e não para um porvir único acorde com concepções de progresso através das quais a multiplicidade é assumida como caos e invasão. Conforme eu concebo, o futuro está marcado pelo cuidado, mais do que pela acumulação. Em tal aproximação o design, ou designs, do sul, assim como quem desenha conforme eles, tem outros nomes e fazem suas práticas com outras intenções. (Como não havia resumo na publicação original, este foi elaborado pelos editores do periódico).

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Publicado

2024-04-20

Como Citar

GUTIÉRREZ-BORRERO, A. Compluridades e multi-suis: design com outros nomes e intenções. Laje, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 106–135, 2024. DOI: 10.9771/lj.v3i0.60546. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/laje/article/view/60546. Acesso em: 21 dez. 2024.