Precedência, Terra e o Antropoceno
descolonizando o design
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v3i0.60545Palavras-chave:
Antropoceno, Antropocentrismo, Colonialidade, Decolonial, Desfuturização, Design, Precedência, RelacionalidadeResumo
O design surgiu para nomear o modo como a modernidade mundifica o mundo. O que está em jogo na descolonização do design é nossa relação com a terra e a dignificação dos mundos relacionais. A tarefa de descolonizar o design nos leva por uma via tripla: entender o modo como a modernidade mundifica o mundo como artifício, como desterramento, entender o modo como a colonialidade desmundifica o mundo, aniquilando os mundos relacionais, e pensar o decolonial como uma forma de esperança radical em uma vida ética com a terra. Em um nível ainda mais fundamental, o modo de precedência é introduzido para contestar as metafísicas da presença que caracterizam a modernidade e sua redução da experiência ao tempo vazio. A questão da precedência desvincula-se da dicotomia, fundante da filosofia ocidental, entre imanência e transcendência. O modo de precedência põe em primazia um caráter relacional temporal que sempre está já além de qualquer formação no campo da imanência, na superfície do presente. Podemos pensar o design relacional como uma forma decolonial de estar com a terra e de mundificar o mundo? Podemos pensar o design como um modo de escuta?