Violência liberal e a fronteira racial da União Europeia

Autores

  • Arshad Isakjee Departamento de Geografia e Planejamento, Universidade de Liverpool, Reino Unido
  • Thom Davies Escola de Geografia, Universidade de Nottingham, Reino Unido https://orcid.org/0000-0001-8392-8151
  • Jelena Obradovic-Wochnik Relações Políticas e Internacionais, Universidade de Aston, Reino Unido
  • Karolína Augustová Sociologia e Política, Universidade de Aston, Reino Unido

DOI:

https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.58348

Palavras-chave:

migração, raça, fronteiras, violência, liberalismo, refugiados

Resumo

Este artigo examina como a violência racial sustenta o regime de fronteiras da União Europeia. Por meio de dois estudos de caso, no norte da França e na região dos Balcãs, exploramos como a violência de fronteira se manifesta de formas divergentes: desde a violência física direta que é rotina na Croácia, até formas mais sutis de violência evidentes na governança de migrantes e refugiados vivendo informalmente em Calais, mais próximos do centro geopolítico europeu. O uso da violência contra pessoas em situações transitórias entra em contradição com a autoimagem liberal, pós-racial, da UE. Recorrendo ao trabalho de pesquisadores pós-coloniais e a teorias da violência, argumentamos que as várias tecnologias de violência utilizadas pelas nações da UE contra migrantes incorporam a lógica inerente da governança liberal, enquanto também reproduzem a tendência do liberalismo de negligenciar suas limitações raciais. Por meio de questionamentos sobre como e por que a violência de fronteira se manifesta, voltamos a atenção crítica para as ideologias racistas dentro das quais a violência é predicada. Este artigo caracteriza o regime de fronteira da UE como uma forma de “violência liberal” que busca omitir tanto a natureza da violência quanto suas bases raciais.

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Publicado

2023-12-06

Como Citar

ISAKJEE, A. .; DAVIES, T. .; OBRADOVIC-WOCHNIK, J. .; AUGUSTOVÁ, K. . Violência liberal e a fronteira racial da União Europeia. Laje, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 308–341, 2023. DOI: 10.9771/lj.v2i0.58348. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/laje/article/view/58348. Acesso em: 28 abr. 2024.