Sentir, viver e fazer (n)a cidade negra
cosmopercepções e epistemologias negras acerca e desde o Engenho Velho da Federação, Salvador – BA
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.55964Palavras-chave:
diáspora africana, cosmopercepções, epistemologias negras, Engenho Velho da Federação, Salvador-BahiaResumo
A elaboração do presente ensaio buscou confeccionar e costurar narrativas - textuais e visuais - acerca das metodologias de apreensão e leitura do Engenho Velho da Federação, sujeito-objeto da investigação proposta. É possível compreender o bairro do Engenho Velho da Federação e a cidade de Salvador como territórios negros oriundos e formados a partir do processo-experiência da diáspora africana. Se, por um lado, Salvador é considerada a “cidade mais negra fora da África”, por outro lado, o Engenho Velho da Federação é considerado um dos bairros negros da cidade, especialmente pela presença e forte expressão de culturas e práticas afrodescendentes a exemplo dos terreiros de candomblé. Nesse sentido, o trabalho recorre às cosmopercepções e epistemologias que emergem das diversas tradições de matriz africana encontradas nos espaços dos terreiros, apropriando-se das linguagens próprias desses territórios para confeccionar a costura das narrativas. Assim, lança mão de uma tríade “afro epistemológica” [Terreiro – Caminho - Encruzilhada] como dispositivo conceitual e analítico, para desvelar os espaços-tempos transportados, ressignificados e reinventados na construção desses territórios afrodiaspóricos encontrados na cidade negra.