Novas raízes
ontologias jamaicanas da negritude, da África ao gueto
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.55960Palavras-chave:
Jamaica, arte contemporânea, dancehall, ontologias da raça, imaginário espacialResumo
Este artigo explora ontologias contemporâneas da negritude na ilha caribenha da Jamaica. Abordando a negritude como uma questão ontológica – uma questão que pertence ao ser, ou à existência, de uma categoria de pessoas –, enfatizamos a dimensão espacial de tais ontologias. Com base na arte contemporânea e música popular jamaicanas, propomos que o local da negritude, como é imaginado na Jamaica, se deslocou da África em direção ao “gueto”. Traçando mudanças nas perspectivas jamaicanas sobre raça e nação, o artigo discute “ser negro” e “ser jamaicano” como autodefinições que envolvem a negociação da consciência histórica e da conectividade transnacional. Durante grande parte do século XX, vários movimentos sociais e políticos jamaicanos tinham o continente africano como referente da negritude. No século XXI, o espaço urbano do gueto se tornou mais central nos comentários e críticas sociais jamaicanos. Ao traçar as mudanças históricas do imaginário espacial que ancora noções de pertencimento e autenticidade em termos raciais, buscamos chamar a atenção para a mutabilidade da relação entre negritude e africanidade.