Cidades em Angola

entre o conflito de urbanidades e a necessária mudança de paradigma

Autores

  • Angela Cristina de Branco Lima Mingas Universidade Lusíada de Angola

DOI:

https://doi.org/10.9771/lj.v1i0.54540

Palavras-chave:

Urbanismo Africano, Colonização e Segregação Racial, Musseques, Bairros Indígenas, Bairros Mistos

Resumo

Sendo o fenómeno urbano em Angola anterior à ocupação portuguesa, interessa abrir a discussão sobre o impacto que as práticas espaciais, e socioambientais implementadas durante 4 séculos tiveram na estrutura das cidades angolanas e sobre o legado para a contemporaneidade. A finalidade deste artigo é apresentar um panorama sobre o processo de formação e desenvolvimento das cidades angolanas baseada na segregação e como a continuidade dessa fórmula tem sido a chave para a inviabilidade urbana em Angola. A metodologia aplicada tem três fases. A primeira, remete para a identificação e comparação dos elementos de organização do espaço urbano nomeadamente os musseques, bairros indígenas e bairros mistos. A segunda fase, analisa o impacto desse urbanismo na contemporaneidade e a continuidade da narrativa nas soluções aplicadas e, a última, apresenta o essencialismo do urbanismo africano como o instrumento válido para uma mudança de paradigma. Os resultados apontam para um tecido urbano que mantém a estrutura da segregação racial colonial, e se mantém numa óptica de exclusão pela condição económica. O desempenho pleno das cidades angolanas só será possível com o desenvolvimento e consequente requalificação dos ‘territórios segregados’ em igualdade de circunstâncias, com investimentos que garantam a acreditação desses tecidos urbanos como parte legítima da cidade.

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Publicado

2023-08-29

Como Citar

MINGAS, A. C. de B. L. . Cidades em Angola: entre o conflito de urbanidades e a necessária mudança de paradigma. Laje, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 174–205, 2023. DOI: 10.9771/lj.v1i0.54540. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/laje/article/view/54540. Acesso em: 22 dez. 2024.