A MATERNIDADE NEGRA LGBT EM MATA DOCE, DE LUCIANY APARECIDA
Palavras-chave:
Mata doce, Maternidade LGBT, Luciany AparecidaResumo
Mata doce (2023) é o primeiro romance da baiana Luciany Aparecida, já reconhecida no cenário literário por seus contos e poesias. O romance tem como protagonista Maria Teresa que vive com suas mães em um antigo casarão de família, construído pela matriarca Eustáquia da Vazante, mulher valente que havia fugido do escravismo, indo se refugiar naquele local; ergueu o imóvel e fundou povoado de Mata Doce, juntamente com todos aqueles que ali chegavam fugidos e procuravam apoio na mulher por sua força. Na narrativa, acompanhamos desde a chegada de Filinha, como também é chamada Maria Teresa, até seu fim, numa história não linear e repleta de eventos emocionantes. Mata doce é uma história potente e com muitos atos cruéis de homens brancos e gananciosos como o infame coronel Amâncio, mas também de muita ternura, amor e poesia como os vividos pelas mulheres do lajedo, mães de Filinha: a professora Mariinha e a travesti Tuninha. O presente trabalho almeja realizar uma análise interpretativa sobre a maternidade negra e LGBT representada no romance, à luz de conceitos teóricos como os de Bento (2017), Baia (2021), Baracat (2021), Bastos (2021), Collins (2019), Maux (2010) e Zambrano (2005). Buscando realizar uma análise reflexiva e crítica sobre essa potente obra da literatura de ficção contemporânea nacional que traz temas essenciais para serem debatidos na atualidade, fazendo também com que a obra seja assim mais conhecida pelo público.
Downloads
Referências
APARECIDA, Luciany. Mata Doce. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2023.
BAIA, Luara Puala Vieira. Maternidade tem cor?: narrativas de mulheres negras sobre maternidade. Curitiba: Appris, 2021.
BARACAT, Annie. Adotei. In: Várias autoras. Maternidades no plural: retratos de diferentes formas de maternar. São Paulo: Fontanar, 2021.
BASTOS, Deh. Me tornei mãe e renasci como mulher preta. In: Várias autoras. Maternidades no plural: retratos de diferentes formas de maternar. São Paulo: Fontanar, 2021.
BENTO, Berenice. Transviad@s: gênero, sexualidade e direitos humanos. Salvador: EDUFBA, 2017.
COAD. Adoção: exigência quanto ao perfil da criança é o principal entrave. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/adocao-exigencia-quanto-ao-perfil-da-crianca-e-o-principal-entrave/2999101 Acesso em: 18 sep. 2024.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019.
DOMINGUES, P. O mito da democracia racial e a mestiçagem no Brasil (1889-1930). Diálogos Latinoamericanos, [S. l.], v. 6, n. 10, p. 16, 2005. DOI: 10.7146/dl.v6i10.113653. Disponível em: https://tidsskrift.dk/dialogos/article/view/113653. Acesso em: 18 sep. 2024.
HALBERSTAM, Jack. A arte queer do fracasso. Recife: Cepe, 2020
MAUX, Ana Andréa Barbosa; DUTRA, Elza. A adoção no Brasil: algumas reflexões. Estudos e Pesquisas em Psicologia, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 356–372, 2010. DOI: 10.12957/epp.2010.8959. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revispsi/article/view/8959. Acesso em: 19 set. 2024.
MOURA, Bruno de Freitas. Maior presença de negros no país reflete reconhecimento racial. Rio de Janeiro: Agência Brasil, 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-12/maior-presenca-de-negros-no-pais-reflete-reconhecimento-racial Acesso em: 18 sep. 2024.
MORAGAS, Vicente Junqueira. O que é interseccionalidade?. Brasília: TJDFT, 2023. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/acessibilidade/publicacoes/sementes-da-equidade/o-que-e-interseccionalidade Acesso em: 18 sep. 2024.
NUNES, Caroline. Seis em cada dez adotantes buscam por crianças brancas no Brasil. Disponível em: https://www.terra.com.br/nos/seis-em-cada-dez-adotantes-buscam-por-criancas-brancas-no-brasil,68dc51313503461baf20e53d99ae3a0adn48n13n.html?utm_source=clipboard Acesso em: 18 set. 2024.
SERPA, Verônica. Crianças brancas são preferência nos processos de adoção, diz levantamento. São Paulo: Alma preta, 2024. Disponível em: https://almapreta.com.br/sessao/cotidiano/criancas-brancas-sao-preferencia-nos-processos-de-adocao-diz-levantamento/ Acesso em: 18 sep. 2024.
ZAMBRANO, E. Parentalidades "impensáveis": pais/mães homossexuais, travestis e transexuais. Horizontes Antropológicos, v. 12, n. 26, p. 123–147, jul. 2006.