Revista Feminismos https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos <p>A Revista Feminismos tem como objetivo divulgar estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismos, sob a forma de artigos, traduções, ensaios, resenhas, entrevistas, dossiês temáticos e outras manifestações intelectuais que contribuam para o debate científico e para a produção de conhecimento na área, constituindo-se um canal de interlocução com as demandas e ações do feminismo nacional e internacional. <br />Área do conhecimento: - Multidisciplinar <br />ISSN (online): 2317-2932 - Periodicidade: Semestral</p> Cecilia M. B. Sardenberg pt-BR Revista Feminismos 2317-2932 <p><span>Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</span></p><p><span>1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.</span></p><p><span>2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.:</span><span> em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. </span></p><p><span>3. Autoras/es têm permissão e são estimuladas/os a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.</span></p> RECURSOS SOCIAIS E FINANCIAMENTO NAS CAMPANHAS DAS VEREADORAS ELEITAS NAS CAPITAIS BRASILEIRAS (2016 E 2020) https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/56573 <p>A desigualdade política no Brasil fica evidenciada pelos baixos percentuais de presença feminina nas esferas de poder, embora a exclusão seja vivenciada de forma distinta pelas mulheres. Nossa proposta metodológica para a análise dos dados é a quantitativa e tem como foco investigar gênero e raça, por entender que a raça é uma chave fundamental para compreender a dinâmica eleitoral e a sub-representação das negras. Adotamos a perspectiva comparada entre brancas e negras para estudar as vereadoras eleitas nas 26 capitais brasileiras em 2016 e 2020. Assim, selecionamos três variáveis mobilizadas para a conquista da vereança: financiamento público, escolaridade e patrimônio. Entre os principais resultados, verificamos assimetrias na quantidade de financiamento acessado e no patrimônio declarado pelas eleitas brancas e negras. A alta escolaridade é um ponto em comum entre elas. Dessa forma, buscamos contribuir com os estudos eleitorais no Brasil a partir da perspectiva interseccional.</p> Diana Azeredo Maria Lúcia Moritz Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-05-29 2024-05-29 12 1 10.9771/rf.v12i1.56573 LESBOFEMINISMO NA BAHIA: UM ESTUDO SOBRE O GRUPO LÉSBICO DA BAHIA (1993-2003) https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/56539 <p>Estudos apontam que os movimentos de lésbicas no Brasil têm sua história imbricada aos movimentos LGBT e feministas, embora deveras invisibilizados por todos eles. Porém, passados mais de quatro décadas, desde sua origem atrelada à efervescência dos movimentos sociais urbanos que protagonizaram a luta por direitos e cidadania nos anos 70-80, ainda faz-se necessário reafirmar o papel fundamental das lésbicas feministas na luta contra a lesbofobia e na construção do estado democrático de direitos que se consolidou no Brasil na metade dos anos 80. Ainda hoje, quando as manifestações de preconceitos de todas as ordens permanecem tão atuais, é preciso, sobretudo, ressaltar o lugar político das ações formativas das ativistas lesbofeministas no enfrentamento à lesbofobia, ao racismo, sexismo e embates de classe. Com esse desafio, este texto assume os estudos sobre a lesbianidade no campo feminista com o propósito de refletir o papel educador do GLB– Grupo Lésbico da Bahia, primeira organização não governamental lésbica do Norte e Nordeste do Brasil, criada em 1993 e extinta em 2003. Para tanto, assume a experiência como ponto de partida e recorre às fontes bibliográfica, documental, oral e à memória subjetiva, apontando como resultado uma cartografia aberta do pensamento/movimento do GLB.</p> Zuleide Paiva da Silva Janja Araujo Rosana Meire Vieira de Jesus Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-05-30 2024-05-30 12 1 10.9771/rf.v12i1.56539 A (AUTO)NARRATIVA DE VIDA COMO MÉTODO REFLEXIVO DOS PAPÉIS IDENTITÁRIOS DE PESQUISADORAS FEMINISTAS https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/53970 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho apresenta o método de (auto)narrativa de vida e o utiliza em um estudo empírico. Neste estudo, explora-se a experiência da Autora, pesquisadora que sobreviveu a violência de gênero. Como método de autoetnografia, a (auto)narrativa de vida materializa a reflexividade de sujeitos que têm sido historicamente usados como objetos, através da compreensão dos elementos de suas identidades e alteridades. Assim, este trabalho demonstra a construção metodológica da ferramenta que foi baseada no método narrativo sugerido por Montgomery (2016). Com base nos resultados, argumenta-se que a aplicação do método de (auto)narrativa de vida possibilita as pesquisadoras envolvidas compreender suas identidades como dúbias e/ou fluidas. A conclusão do presente estudo estimula novas pesquisas na área e auxilia a pesquisadoras racializadas a desenvolverem suas pesquisas por meio de uma compreensão profunda dos significados de seus papéis identitários.</span></p> Gabriela Rabello de Lima Consuelo Vásquez Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-05-29 2024-05-29 12 1 10.9771/rf.v12i1.53970 “SE VOCÊ NÃO FOR MINHA, NÃO SERÁ DE MAIS NINGUÉM”: O FEMICÍDIO E O FEMINICÍDIO EM PAUTA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/50943 <p>A violência contra a mulher está inclusa no rol de crimes que violam os Direitos Humanos e denota, sobremaneira, o desprezo do homem agressor à dignidade, autonomia e liberdade da mulher. Diz respeito a uma violência perpetrada pelo fato de ser mulher e ocorre independente da raça, etnia, classe social ou orientação sexual. Nesta direção, este artigo discorrerá a respeito da violência contra a mulher, em específico, o feminicídio. Para alcançar o escopo da pesquisa, tecemos reflexões sobre os termos femicídio e feminicídio, esclarecendo a definição e conceituação, diferenciando-os; apresentamos o Caso Ciudad Juarez, México, que suscitou os debates sobre a especificidade do crime em comento e a primeira implementação da Lei do Feminicídio; em seguida, concedemos ênfase à inovação legislativa brasileira de 2015; analisamos os dados da incidência do crime à luz do Monitor da Violência, de 2017 a 2023, e realçamos as discussões em torno da categoria gênero na educação. Apesar dos avanços, há uma trajetória longa a ser vencida para logramos a prevenção, proteção e punição à altura da gravidade dos crimes, que perpassa a maior eficiência e efetividade das esferas jurídicas, assistencial, de segurança e saúde pública, de modo a não ficar restrito ao aparato legislativo</p> Rahyan de Carvalho Alves Victória Caroline Vidal Iara Soares de França Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-05-30 2024-05-30 12 1 10.9771/rf.v12i1.50943 NO PÉ QUE BROTOU MARIA, NEM MARGARIDA NASCEU: TRAJETÓRIAS DO CUIDADO Á MULHER EM SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/45010 <p>O tema do Aborto tem sido discutido há décadas. Transpassado por dilemas éticos e morais, o abortamento clandestino, ainda sim, possui uma grande incidência entre as mulheres. Atemorizadas pelo receio da punição, muitas destas se submetem a procedimentos inseguros para sua saúde. Além da dimensão biológica, o sofrimento destas mulheres dá-se, também, na dimensão da saúde mental. Entendendo a urgência de um pensar crítico sobre esse assunto esta pesquisa voltou-se analisar qual o percurso de cuidado das mulheres que vivenciaram o aborto provocado a partir da perspectiva dos profissionais de saúde. Para tanto, adotaremos o método da “Entrevista Reflexiva” que irá auxiliar-nos a apreender os significados dados por duas enfermeiras, duas Agentes de Saúde e duas residentes; de uma Unidade Básica de Saúde em Fortaleza. Após as entrevistas, houve a análise das falas e discussão.</p><p><strong>Palavras-chave:</strong> Aborto, Saúde da Mulher, Direitos Reprodutivos, Atenção Básica</p><p> </p><p> </p> Yárita Crys Alexandre Hissa Medeiros Katherine Jeronimo Lima Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-24 2024-04-24 12 1 10.9771/rf.v12i1.45010 ABORTAMENTO LEGAL APÓS ESTUPRO: RELATOS DE SOFRIMENTOS E DE ENFRENTAMENTO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/56661 <p>Quando decorre gravidez da violência sexual (estupro) as mulheres podem decidir seguir com a gestação ou interrompê-la. O objetivo dessa investigação foi compreender como mulheres produzem sentidos sobre suas histórias, seus corpos e sexualidades após a realização de uma interrupção legal da gestação decorrente de estupro. Foram realizadas entrevistas com seis mulheres que utilizaram os serviços de interrupção legal da gestação em uma cidade de Minas Gerais, cujos conteúdos foram organizados através da análise temática reflexiva em três categorias. Para análise dos dados, partimos dos pressupostos das epistemologias feministas. Através dos relatos dessas mulheres fomos capazes de perceber que existe uma grande dificuldade no caminho dessas mulheres até os serviços de saúde, assim como um escancarado sofrimento perante as realidades das inúmeras violências sofridas</p> Giovanna Malavolta Pizzo Rafael De Tilio Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-05-02 2024-05-02 12 1 10.9771/rf.v12i1.56661 PSICOTERAPIA FEMINISTA E SAÚDE MENTAL GENDRADA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/55874 <p>A terapia feminista é um dos resultados da parceria entre a psicologia e o feminismo, que busca evidenciar a indissociabilidade entre subjetividades e meio social. No entanto, essa é uma proposta ainda pouco divulgada, mesmo sendo uma contribuição teórica e prática urgente para a disciplina psicológica em termos de pensar a complexidade do sujeito enredado nas estruturas de poder de gênero, sexualidade e raça. A fim de elucidar o campo e visibilizar as possibilidades contra-hegemônicas na ciência e profissão, este trabalho de cunho teórico aborda o escopo da terapia feminista e da saúde mental sob a ótica das relações de gênero.</p> <p>&nbsp;</p> Lara Araujo Roseira Cannone Ângela Maria Freire de Lima e Souza Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-29 2024-04-29 12 1 10.9771/rf.v12i1.55874 MISOGINIA ONLINE: A RED PILL NO AMBIENTE VIRTUAL BRASILEIRO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57028 <p>O presente artigo aborda questões relacionadas a alguns grupos que fazem parte da chamada manosfera, ou machosfera, que atuam principalmente por intermédio da internet. Este trabalho apresenta um trecho de uma pesquisa cartográfica que se deu por meio das redes sociais e páginas usadas pelos grupos que fazem parte da manosfera. Através desta cartografia buscamos produzir reflexões críticas acerca dos afetos que perpassam esses grupos, da sua defesa à masculinidade hegemônica e a forma como as mulheres são apresentadas nesse meio. Vemos que, por mais que dentro deste ambiente esses sujeitos se digam à princípio apenas preocupados com problemas e adversidades enfrentadas pelos homens na atualidade, o que trazem à tona e tornam evidente é muito da misoginia e do desprezo às mulheres ainda presentes no meio social.</p> Ana Carolina Weselovski da Silva Inês Hennigen Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.57028 SOBRE ALICES, IVONES E MARIAS: MULHERES VÍTIMAS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57321 <p>Os dados sobre violência doméstica contra mulheres, adolescentes e meninas são gravíssimos. Este artigo analisa dados relacionados ao feminicídio, oriundos de três bases distintas: o Atlas da Violência, o Ligue 180 e o Dossiê Mulher. Tem-se por objetivo, realçar múltiplas dimensões do feminicídio, problematizar a invisibilidade da continuidade da violência após a separação e contribuir para a estruturação de políticas públicas. Entende-se que a violência doméstica constitui uma das expressões da violência de gênero, que deve ser ponderada em suas dimensões de classe, gênero e raça/etnia. Identificou-se a necessidade de qualificação dos dados, desagregados por vínculo com as vítimas, a baixa integração entre os sistemas existentes e a ausência de compreensão de que a separação não encerra a violência.</p> Rosana Morgado Luana Carneiro Jessica Almeida Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.57321 “MESMO MAIS QUALIFICADA SOU QUESTIONADA ENQUANTO LÍDER”: UMA ANÁLISE QUALI-QUANTI DOS DESAFIOS DAS MULHERES LÍDERES https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/53244 <p>Essa pesquisa teve como objetivo investigar os desafios enfrentados pelas mulheres em posição de liderança através dos construtos de: autoeficácia no trabalho, paixão no trabalho e barreiras e facilitadores da liderança feminina. Para tanto, os dados foram analisados em um formato quali-quanti. Na etapa quantitativa, foi aplicado um questionário para avaliar os construtos supracitados. Na etapa qualitativa, uma parcela da amostra foi submetida a uma entrevista semiestruturada. Participaram da pesquisa 167 pessoas, sendo: 2,6% (<em>n</em>=5) homens líderes, 40,3% (<em>n</em>=77) mulheres líderes e 44,5% (<em>n</em>= 85) mulheres não líderes.&nbsp; A média de idade foi de 33,5 anos (<em>DP</em>=11,7). A maioria dos participantes residiam nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, somando um percentual de 85,7%. Espera-se que a pesquisa contribua com as reflexões sobre os desafios presentes para as mulheres que desempenham posições de liderança.</p> Pricila Scalioni Moreira Ana Ligia Abreu Bot Julia Caciano da Silva Michelle Morelo Pereira Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.53244 MODA, IDENTIDADE E COMPORTAMENTO: CONSUMO DE MODA DE MULHERES DAS GERAÇÕES X E Y https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/55854 <p>Este trabalho objetiva analisar como se dá o consumo de produtos da moda por mulheres das gerações X e Y na construção da sua imagem e identidade feminina dentro da sociedade. Para atingir esse objetivo, foram adotados como procedimentos técnicos a Pesquisa Bibliográfica e a Pesquisa de Campo, por meio de entrevistas com sete mulheres: três (03) da geração X e quatro (04) da geração Y. A partir da pesquisa, foi possível constatar que as mulheres das gerações X e Y consomem produtos de moda a fim de externar suas personalidades e transmitir suas ideias, mas estas ainda dependem de diversos fatores que compõem a realidade em que cada uma vive a partir de suas condições socioeconômicas. Outro aspecto que foi possível constatar junto às entrevistadas foi que as pertencentes à geração X são mais influenciadas pelas mídias tradicionais sobre o consumo de moda, enquanto a geração Y é influenciada pelas mídias digitais e pela urgência que estes conteúdos provocam em acompanhar o novo.</p> Mariana Antunes Paim Simone Carvalho da Rosa Mauricio Barth Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-27 2024-04-27 12 1 10.9771/rf.v12i1.55854 MOVIMENTOS SOCIAIS, PROTAGONISMO DE MULHERES E A LUTA CONTRA A FOME NA PANDEMIA DE COVID-19 https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57514 <p>Este trabalho trata dos ativismos em torno das lutas por transferência de renda e de combate à fome na pandemia da Covid-19 no Brasil, entre 2020 e 2021. Investigamos as estratégias utilizadas por ativistas para a conquista da renda emergencial e para o funcionamento de brigadas de solidariedade de combate à fome. Analisamos a ação dos movimentos sociais, em especial na campanha “Renda Básica que Queremos”. Para nossa análise, realizamos entrevistas e examinamos documentos dos movimentos sociais e de institutos de pesquisa governamental. A nossa hipótese é que o contexto político autoritário do governo Bolsonaro, assim como a profunda crise econômica e social do país, impulsionou movimentos sociais de origens e tradições diversificadas a se unirem em torno do combate à profunda injustiça social no Brasil. Como resultado, observamos que as lutas por transferência de renda e combate à fome na pandemia da Covid-19 no Brasil articularam um afrontamento significativo ao autoritário governo Bolsonaro.</p> Camila Daltro Ferreira Alline Jesus Pimentel Luire Leão Campelo Brito Alves Cecilia M. B. Sardenberg Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.57514 ESBOÇOS METODOLÓGICOS A PARTIR DO FEMINISMO DECOLONIAL https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57159 <p><span style="font-weight: 400;">Este texto propõe pensar instrumentos metodológicos a partir do feminismo decolonial, procurando estabelecer aproximações e diferenças em relação às pesquisas feministas hegemônicas. Para isso, apresentaremos brevemente no que consiste a decolonialidade e como podem ser pensados instrumentos que dialoguem com um modo de produzir conhecimento para além do modelo de ciência eurocentrado. Ao final, são identificadas algumas características que constituem as pesquisas feministas decoloniais: a quebra das dicotomias impostas pela colonialidade do saber; a experiência e escrita de si como método; a não separação entre produção do conhecimento e ação/militância e a emergência de um corpo-pesquisadora encarnado, que se afeta e se cura por meio da pesquisa.</span></p> Katia Alexsandra dos Santos Ana Claudia Silva Abreu Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.57159 APRESENTAÇÃO DO DOSSIÊ MULHERES E MÚSICAS: DE CANTOS E ENCANTOS https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/62087 <p>O dossiê tem como finalidade descrever, analisar e divulgar estudos, obras,<br>comunidades musicais e expressões de meninas e mulheres que ocuparam/ocupam o<br>campo da produção e educação musical como instrumento de experiências individuais e<br>coletivas, refletindo contextos, além de assinalar as múltiplas territorialidades.<br>Destacar produções, intervenções e performances de e para mulheres, criando<br>interfaces relações de gêneros, sexualidades, classe, raça/etnia, intergeracionalidade,<br>territórios e religiões e ações culturais e históricas foi objetivo desse dossiê.</p> Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.62087 INVISIBILIDADE FEMININA NA MÚSICA ERUDITA JOSEPHINE AMANN-WEINLICH E A NOVA ORQUESTRA DE SENHORAS VIENENSE https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/54229 <p>A participação feminina na música erudita tornou-se especialmente significativa no século XIX, em consequência de várias mudanças socioculturais que o caracterizaram. Apesar de frequentemente esquecida, Josephine Amann-Weinlich foi uma das maestras que mais se destacou nesta época, tendo sido pioneira na criação de uma orquestra exclusivamente feminina, intitulada <em>Neues Wiener Damen-Orchester</em>. O presente artigo explora o percurso profissional de Amann-Weinlich e das suas instrumentistas, reunindo informação sobre os seus sucessos, os problemas de género que enfrentaram e a influência que tiveram sobre outras mulheres, e termina com uma análise interseccional das nuances socioculturas subjacentes aos seus contextos.</p> Catarina Sousa João Manuel de Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.54229 POR UMA NARRATIVA FEMININA NA HISTÓRIA DO ROCK https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/44258 <p class="Normal1">Este texto tem como objetivo evidenciar as trajetórias de algumas artistas que foram importantes para o nascimento e constituição do gênero musical rock, em níveis internacional e nacional. O nosso problema partiu da inquietação acerca das narrativas que contam a história desta musicalidade que, quase sempre, evidenciaram apenas as contribuições masculinas. Muitas trajetórias femininas, especialmente de artistas negras, foram silenciadas e acreditamos que esta questão precisa ser debatida. Desta forma, este texto deseja provocar uma disputa de narrativa acerca da história do <em>rock and roll </em>para que as artistas femininas tenham suas contribuições reconhecidas. E que isto se expanda para além da música, mas para tudo o que envolve a sociedade cujas simetrias de gênero se encontram presentes.</p><p class="Normal1"> </p><p class="Normal1"><strong>Palavras chaves:</strong> rock; história; narrativas; artistas femininas.</p> Patrícia Matos de Almeida Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.44258 MULHERES COMPOSITORAS NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/44165 <p>O objetivo deste trabalho é discutir e identificar a presença das mulheres no campo da composição musical popular brasileira durante o período da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985). Mais especificamente, procura-se evidenciar quais foram as principais compositoras, pertencentes aos circuitos socioculturais ocupados pela MPB, que surgiram nesse contexto histórico. Pretende-se responder às seguintes perguntas: há mulheres produzindo no campo da composição musical da MPB no período? Se sim, quem são essas mulheres e quais foram as suas principais contribuições? Quais os temas recorrentes em suas canções? Este trabalho está fundamentado em pesquisa documental e bibliográfica, fazendo uso da ampla produção científica disponível sobre o período ditatorial-militar brasileiro. Espera-se, com esta pesquisa, contribuir com o resgate de alguns dos nomes e manifestações artísticas de figuras femininas, continuamente ignoradas/apagadas da historiografia musical do país.</p> Renato Kendy Hidaka Kamilly Victória Pedi Fontanetti Copyright (c) 2023 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.44165 O HIP HOP COMO ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DA RAIVA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/61038 <p><span style="font-weight: 400;">Audre Lorde, mulher negra, professora, lésbica, mãe, poetisa nos anos 80 nos deixou lições, pensamentos e conceitos vanguardistas, dentre estes, sobre as estratégias para lidar com a raiva. Lorde sugere que as mulheres negras possam organizar suas raivas, sobretudo, para sobreviver. Inspiradas por essa provocação, neste artigo analisamos o movimento Hip Hop como uma das estratégias encontradas pela população negra que vive nas periferias dos grandes centros urbanos brasileiros para organizar suas raivas. Para tanto, apresentamos o pensamento de Lorde sobre a raiva e articulamos suas ideias com o contexto brasileiro, com as contribuições de Beatriz Nascimento e Marielle Franco, adentrando no mundo do Hip Hop por sua história e pelo olhar sobre as produções das rappers Nega Gizza e Dina Di, analisamos sua produção artística como via para a organização da raiva e sua sobrevivência, assim como de suas comunidades.&nbsp;</span></p> Tamillys Lirio da Silva Bruna Mendes Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.61038 ROL DE LA MUJER EN LA MÚSICA: REFLEXIONES EN TORNO A LA EQUIDAD DE GÉNERO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/46149 <p>Este artículo pretende ofrecer una visualización global y algunas reflexiones en torno a lo que fue el desarrollo de la mesa de diálogo “Rol de la Mujer en la Música” en el marco del Encuentro de Mujeres Clar&amp;Sax que se llevó a cabo durante el mes de marzo del presente año, vía <em>on line</em>, gracias a la iniciativa de la Alianza Clar&amp;sax, agremiación Latinoamericana que congrega a mujeres clarinetistas y saxofonistas de México, Guatemala, Cuba, Costa Rica, Colombia, Brasil, Perú, Ecuador, Bolivia, Chile y Argentina. Este evento contó con varias mesas de diálogo que permitieron la discusión y reflexión de las invitadas frente a temas de docencia, interpretación, investigación y producción musical.</p> Sandra Sánchez Cuervo Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.46149 APRENDE QUEM ENSINA” E “O CANTO É CORAL”: VOZES FEMININAS EM CONTEXTOS MUSICAIS E PANDÊMICOS https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/61224 <p>Tendo como marcadores as categorias juventudes, educação e direitos humanos, as duas últimas décadas foram de intensificação de agendas públicas para o cenário brasileiro e baiano. De caráter interdisciplinar e empírica, objetiva-se investigar o acesso aos Direitos Humanos de participantes jovens dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIBA), em contextos familiares e sociais. Em abordagem qualitativa e multirreferencial, a fundamentação está atrelada às Epistemologias Feministas, sendo a metodologia elaborada e executada em etapas: observação espontânea; observação e aproximação participante; acompanhamento e coleta através de netnografias qualitativas, com base na formação educativa e "encontro com famílias" e, por último, entrevistas semiestruturadas individuais realizadas a partir de uma amostragem representativa de experiências múltiplas com dez integrantes (mães e jovens). Os resultados encontrados sugerem que participantes do programa identificam e reconhecem integração social e familiar, bem como acessibilidade às dimensões dos direitos humanos (com destaque à educação, à cidadania e à justiça social).</p> Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti Bruna Rocha da Silva Cunha Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.61224 QUATRO DÉCADAS EM CINCO - VOCÊ NÃO ESCOLHE A ARTE, ELA TE ENCONTRA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/61352 <p>&nbsp;</p> <p><u>Resenha do Livro:</u>&nbsp;GOETZE, Paulo.&nbsp;<em>Daniela Mercury</em>: Trajetória, Produção e Inovação. Simões Filho: Devires, 2019.</p> Samantha de Araújo Carvalho Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-06-26 2024-06-26 12 1 10.9771/rf.v12i1.61352 ENTREVISTAS COM ROBERTA FERNANDES E RODRIGO CERQUEIRA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/59875 <p><em>Roberta Fernandes</em> | Jornalista e diretora de cinema, Roberta tem seu trabalho diretamente ligado a temas sociais. Foi vencedora do Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas 2018 com “Se Você contar”, um filme sobre abuso sexual infantil que participou de festivais no Brasil e no exterior. Dirigiu também para a televisão os documentários “Congo Santo” e “Acerca da Pele”. Em 2023, estreou no cinema seu primeiro longa-metragem, “Ato Final”, um documentário sobre o feminicídio.</p> <p><em>Rodrigo Cerqueira</em> | Jornalista, doutor em História e documentarista. Trabalhou como repórter do jornal “O Globo” entre 1999 e 2003, e como professor e pesquisador entre 2005 e 2017. Dirigiu as séries de TV “Relatos Ausentes” e “Sou Casaca”, exibidas no Canal Futura, e codirigiu os documentários “Congo Santo” e “Acerca da Pele”. Atuou como montador e produtor executivo em várias outras produções, incluindo o longa-metragem “Ato Final”.</p> <p><em>O Filme:</em> As personagens principais deste filme estão mortas, vítimas de seus parceiros. São quatro por dia no Brasil. Para contar suas histórias, três atrizes são desafiadas a experimentar, no palco, as emoções de mulheres que vivem intimamente o risco da morte. Enquanto isso, um grupo de sobreviventes de feminicídio luta para salvar outras mulheres presas em relacionamentos abusivos. Diferentes narrativas que se unem num grito, porque o silêncio também mata mulheres todos os dias. Lançado no Brasil em 16 de novembro de 2023.</p> Ana Isabel Sani Ana Cristina Santos Vanessa Cavalcanti Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.59875 A SOLIDÃO DA MULHER IDOSA SOB A PERSPECTIVA DE SAMUEL BECKETT https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/55090 <p>Este artigo aborda o trabalho de uma atriz no contexto da peça radiofônica "Todos os que Caem" de Samuel Beckett. A personagem principal, Maddy Rooney, foi adaptada para um espetáculo de formatura do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Nessa adaptação, explorou-se as experimentações de uma atriz feminista na sociedade contemporânea, trazendo à tona a questão da solidão vivenciada por mulheres idosas. Durante o processo de criação da personagem, a atriz se inspirou no estudo sobre a solidão na terceira idade, que afeta as atividades diárias e o bem-estar das mulheres idosas. O objetivo desse estudo foi examinar a solidão nesse estágio da vida, analisando sua relação com o sentimento de abandono, a falta de paciência e a melancolia, sob a perspectiva da encenação teatral. O propósito desse artigo é promover uma mudança de visão tanto para as mulheres idosas que enfrentam o isolamento, mostrando-lhes a possibilidade de rir de si mesmas e com elas mesmas, quanto para os jovens, incentivando um relacionamento intergeracional baseado na empatia com a protagonista da história.</p> Maria Jade Pohl Sanches Fernando Russo Costa do Bomfim Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-23 2024-04-23 12 1 10.9771/rf.v12i1.55090 O QUE PODEMOS APRENDER COM UMA PANDEMIA? UMA REFLEXÃO FEMINISTA SOBRE O TRABALHO DE MULHERES/MÃES DURANTE UMA CRISE SANITÁRIA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57853 <p>A pandemia da Covid-19 desalinhou as rotinas da população, exigindo ajustes nos hábitos de vida conforme as medidas de cuidado impostas pela crise sanitária. Isso impactou em especial as mulheres/ mães que precisaram administrar a maternagem, juntamente com outras demandas de trabalho. Buscou- se refletir, através de um ensaio pautado em uma perspectiva feminista e <em>insights </em>de autoras da psicanálise contemporânea, como o trabalho das mulheres/mães foi desempenhado diante dessa emergência em saúde global. Pretendemos mostrar a relevância do cuidado como atividade coletiva compartilhada. Observamos que esse cenário tornou os impasses maternos mais preponderantes e a alternativa pode ter sido investir em redes coletivas de significados, mesmo virtuais, para que essas mulheres/mães não fossem silenciadas e pudessem sentir-se amparadas para administrar a maternidade e suas atividades profissionais, reduzindo o desgaste emocional.</p> <p><strong>Palavras-Chaves: Covid-19; maternidade; teoria feminista; psicanálise.</strong></p> <p>&nbsp;</p> Maria Luiza Leal Pacheco Caroline Matos Romio Adriane Rubio Roso Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-04-29 2024-04-29 12 1 10.9771/rf.v12i1.57853