Revista Feminismos https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos <p>A Revista Feminismos tem como objetivo divulgar estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismos, sob a forma de artigos, traduções, ensaios, resenhas, entrevistas, dossiês temáticos e outras manifestações intelectuais que contribuam para o debate científico e para a produção de conhecimento na área, constituindo-se um canal de interlocução com as demandas e ações do feminismo nacional e internacional. <br />Área do conhecimento: - Multidisciplinar <br />ISSN (online): 2317-2932 - Periodicidade: Semestral</p> Cecilia M. B. Sardenberg pt-BR Revista Feminismos 2317-2932 <p><span>Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</span></p><p><span>1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.</span></p><p><span>2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.:</span><span> em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. </span></p><p><span>3. 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Nesse sentido, apesar de transformações significativas frente aos<br />paradigmas sociais, as atribuições sociais de homem e mulher, ainda hoje são orientados<br />por uma visão cultural sexista e machista-patriarcal, que alimentam uma hierarquia entre<br />os gêneros, numa prática de dominação masculina em relação ao feminino. Assim, esta<br />pesquisa buscou investigar através da perspectiva teórica fenomenológica existencial,<br />com uma pergunta disparadora, de que maneira os relacionamentos amorosos abusivos<br />experienciados pelas mulheres em tempos líquidos repercutiram ou repercutem em suas<br />vidas, traçando um paralelo entre as mulheres residentes na capital e no Sertão do Moxotó<br />de Pernambuco. Marta Janaina Alves Lea Carla Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.45102 “O QUE VOCÊ FEZ COM O DINHEIRO QUE EU TE DEI?”: MICROMACHISMOS NOS RELACIONAMENTOS ROMÂNTICOS NO CINEMA LATINO-AMERICANO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/46731 <p>O objetivo deste trabalho é analisar a representação das diferentes manifestações de micromachismos nas relações entre casais heterossexuais no cinema latino-americano contemporâneo, para o qual foram selecionados (8) filmes. O conteúdo dos filmes foi submetido à Análise Temática de Braun e Clarke. As contribuições de Bonino (1996) sobre os micromachismos foram levadas em consideração. Foram encontrados diferentes tipos de micromachismos dentre os quais destacam-se os utilitários, relacionados ao desempenho das atividades domésticas no lar pelas mulheres, seguidos pelos coercitivos, encobertos e de crise. Reafirma-se a importância de desvendar as mensagens que aparecem no cinema, pois em sua maioria reforçam a visão sobre as mulheres em posição de desvantagem em relação aos seus parceiros românticos e, por sua vez, a perpetuação dos estereótipos masculinos e femininos nos relacionamentos românticos.</p> Daniela Marisol Pérez Angarita Odacyr Roberth Moura da Silva Agnaldo Garcia Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.46731 OS USOS E ABUSOS DA NOÇÃO DE EMPODERAMENTO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/46988 <p>O artigo apresenta os diferentes usos e abusos da noção do empoderamento, a partir da pesquisa na literatura acadêmica especializada, em buscas de periódicos nas bases de dados e em documentos públicos, como jornais, campanhas publicitárias às mulheres. Problematizamos a noção de poder trazidas por alguns autores (as) de referência do conceito. As matrizes encontradas na literatura acadêmica são: o feminismo negro da década de 70, a matriz deocolonial, a matriz da psicologia comunitária e a matriz da saúde mental. Apresentamos um mapeamento realizado em duas bases de dados, organizados em dois eixos de usos do empoderamento, das políticas públicas de governo e dos organismos internacionais. Com a popularização do termo, encontramos alguns abusos ou banalização do termo expresso em campanhas publicitárias endereçadas às mulheres. Deste modo, o artigo aponta a necessidade de discutir os diversos usos e abusos do empoderamento para refletir seus efeitos nas práticas cotidianas das mulheres.</p> Laura Helena SantAnna da Silva Jacy Correa Curado Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E PODER POLÍTICO NA BOLÍVIA: CONTRADIÇÕES NO CONTEXTO HISTÓRICO DO NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/48218 <p>O presente artigo delineia o contexto de conquistas em direitos humanos e políticos para as mulheres bolivianas a partir da transição para o novo constitucionalismo latino-americano em contraposição aos constantes episódios públicos de violências de gênero e política contra esses mesmos corpos. Trata-se de um estudo desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica e de bases teóricas advindas das teorias críticas e descoloniais do direito, bem como dos estudos de gênero. A partir dessa reflexão, questiona-se o campo da conquista formal de direitos para as mulheres em uma análise conceitual e empírica, fazendo-se um recorte de violência de gênero de cunho político ocorrida em meio aos protestos de 2019 na Bolívia. Esse episódio demonstra resquícios históricos da violência dos períodos de autoritarismo da região e revela estruturas coloniais e patriarcais em plena vigência no Estado Plurinacional.</p> FLAVIA HARDT SCHREINER Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.48218 VIVÊNCIAS DE MULHERES LÉSBICAS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM PSICOLOGIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/49808 <p>Este estudo objetiva analisar como a produção científica do campo da psicologia brasileira tem debatido vivências de mulheres lésbicas. Trata-se de uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL), utilizando-se do método PRISMA. Os resultados, analisados a partir de diálogos da Psicologia Social com estudos feministas, decoloniais e interseccionais, organizam-se em três blocos: a) Estudos que não demarcam o termo "lesbianidade” tendem a focar principalmente na vivência de homens gays, mesmo se propondo a estudar a realidade de toda a comunidade LGBTQIA+; b) A constituição da mulher lésbica em que famílias heteronormativas atuam como reguladoras da sexualidade de suas filhas e a violência familiar se intensifica contra as lésbicas por elas romperem com a subordinação das mulheres em relação aos homens; e c) As vivências de mulheres lésbicas são invizibilizadas na medicina e na psicologia, o qual acarreta processos de saúde-doença-cuidado invisibilizados nas políticas públicas e nas produções científicas.</p> Jamyle Maria de Sousa Gonzaga Larissa Ferreira Nunes Luís Fernando de Souza Benicio João Paulo Pereira Barros Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.49808 A HIPERANDROGENIA NO ATLETISMO E O REGIME DA MEDICALIZAÇÃO COMPULSÓRIA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/50695 <p>Discursos científicos e culturais em torno da testosterona têm classificado esta hormona como produtora de uma masculinidade universal e patologizado a sua presença em corpos designados do sexo feminino. É sob este viés que várias organizações desportivas restringem o acesso à competição de mulheres com hiperandrogenia, por considerarem valores elevados de testosterona conferem vantagem injusta sobre as restantes competidoras. Este artigo propõe desconstruir a conceção da testosterona enquanto hormona pertencente ao domínio de uma masculinidade cisgénero e considerá-la uma substância de interesse a todos os corpos independemente do sexo. Para auxiliar esta tarefa são analisadas as normas da entidade máxima do atletismo, a World Athletics, relativas à elegibilidade de mulheres com hiperandrogenia no atletismo.</p> Ana Lúcia Santos Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.50695 SOLIDÃO DA MULHER NEGRA IDOSA NO RECÔNCAVO BAIANO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/55652 <p>Neste artigo analisamos os impactos da solidão na vida de mulheres negras idosas do recôncavo baiano a partir de uma perspectiva interseccional. Para isso, optou-se metodologicamente pela pesquisa qualitativa. Como fonte de dados utilizamos as entrevistas a fim de conhecer suas narrativas de vida. Os resultados da investigação apontam que a maior longevidade feminina não é sinônimo de viver bem. Que a solidão é um fenômeno complexo e subjetivo que causa um estado psíquico de sofrimento e pode ser refletido no corpo e nas relações sociais das pessoas. No caso das mulheres idosas, ela realiza-se a partir de outras categorias e dimensões sociais, como sua raça/etnia, sua classe social, seu nível educacional, condições de saúde, etc. Nesse sentido, o embricamento dessas categorias tende a produzir dimensões mais profundas das desigualdades.</p> Rosemeire da Hora dos Santos Andressa de Freitas Ribeiro Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.55652 FEMINISMO RADICAL, CRÍTICA DE GÊNERO E A LUTA PELOS DIREITOS BASEADOS NO SEXO https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/57426 <p>Este artigo objetiva de um lado, descrever e analisar as reivindicações do Feminismo Radical contemporâneo e de outro, compreender a experiência de se tornar uma ativista. O objetivo do Feminismo Radical tem sido &nbsp;“reconstituir a categoria mulher” com base no sexo através de uma crítica ao conceito de gênero, a entrada de transativistas no feminismo e ao que consideram a redução dos espaços, políticas e pautas destinadas as mulheres. Primeiro, mostro como o Feminismo Radical está em consonância com a atual tendência materialista das teorias críticas. Em seguida, exploro os dados de um survey executado em em 2021 sobre os motivos e as experiências que tem impelido cada vez mais mulheres ao Feminismo Radical. Por fim, mostro que as reivindicações por direitos descritas na Declaração da Woman´s Declaration Internacional Brasil (WDI Brasil) estão em consonância com estas experiências.</p> <p><em>Palavras chaves</em>: <em>Feminismo Radical, experiências, crítica a gênero, colisão de direitos</em>.</p> Fabiana Jordão Martinez Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.57426 CARTA PARA SIMONE https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/50715 <p>O presente manuscrito é uma carta para uma alma desencarnada muito importante nos estudos dos feminismos, Simone de Beauvoir. A autora faz um panorama de como conheceu a obra de Simone de Beauvoir entrelação o período do <em>impeachment</em> de Dilma Rousseff, pesquisa de doutorado em andamento e outros textos de autoras feministas que se utilizaram das reflexões iniciadas por Beauvoir, como Grada Kilomba (2019), Valeska Zanello (2019), bell hook (2018), entre outras.</p> Barbara Duarte Benatti Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.50715 “TODAS NÓS JUNTAS CONSTRUÍMOS FEMINISMO” – ENTREVISTA COM CARMEN SILVA https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/63192 <p>A entrevista aborda temas centrais para o campo dos direitos das mulheres no Brasil, sobretudo na área da saúde, a partir da narrativa de Carmen Silva. Militante feminista negra, oriunda de São Luís do Maranhão e estabelecida em Recife, Pernambuco, Carmen Silva é socióloga, educadora e integrante da organização SOS Corpo e do Fórum de Mulheres de Pernambuco. O balanço histórico do campo da saúde da mulher é articulado a uma perspectiva imersa na experiência da construção coletiva da militância e destaca o protagonismo do feminismo popular na história dos movimentos feministas no Brasil.</p> Carmen Silva Hevelyn Rosa Copyright (c) 2024 Revista Feminismos 2024-11-04 2024-11-04 12 2 10.9771/rf.v12i2.63192