ENTREGA VOLUNTÁRIA PARA ADOÇÃO: ANÁLISE DO PERFIL DAS MULHERES QUE DOAM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.12.1.58862

Palavras-chave:

Maternidade, Entrega Voluntária, Adoção

Resumo

A lei nacional da adoção, Lei 13.509/2017, trouxe alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA e incluiu a entrega voluntária para adoção possibilidade legal para mulheres gestantes ou mães. A entrega consiste em de entregar seu filho ou recém nascido para adoção em um procedimento assistido pela Justiça. Neste artigo, descreveremos o perfil das mulheres que entregaram seus filhos voluntariamente para adoção. O estudo consistiu em uma análise documental, em que foram analisados 97 processos judiciais de entrega voluntária de crianças tramitados em uma Vara da Infância, entre os anos de 2010 e 2017. Como resultado, identificamos que as mulheres que realizaram entrega de seus filhos para adoção são em sua maioria, pretas (52%), pobres (60%), e solitárias (44%).

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Biografia do Autor

Milena Maciel, UFPE

Universidade Federal de Pernambuco. Doutorado em Psicologia. Professora Universitária. Pesquisadora da área de maternidade, família e adoção. Email: milenaamaciel@gmail.com

Fatima Maria Leite Cruz

Universidade Federal de Pernambuco. Doutorado em Psicologia. Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Educação. Professora efetiva dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia. Email: fatima.cruz@ufpe.br

Raphael Fernandes Coimbra, Universidade Cruzeiro do Sul

Universidade Cruzeiro do Sul. Graduando em Psicologia.

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Publicado

2024-11-28

Como Citar

MACIEL, M.; MARIA LEITE CRUZ, F.; FERNANDES COIMBRA, R. ENTREGA VOLUNTÁRIA PARA ADOÇÃO: ANÁLISE DO PERFIL DAS MULHERES QUE DOAM . Revista Feminismos, [S. l.], v. 12, n. 1, 2024. DOI: 10.9771/rf.12.1.58862. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/58862. Acesso em: 24 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossiê JUSTIÇA REPRODUTIVA: MATERNIDADES E VIOLÊNCIAS