Estudos Linguísticos e Literários
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<p>Escopo: A Revista Estudos Linguísticos e Literários é vinculada aos programas de pós-graduação em Língua e Cultura (PPGLinC) e Literatura e Cultura (PPGLitCult) da UFBA. A Revista publica artigos e ensaios científicos, produzidos no âmbito dos estudos linguísticos ou literários, a partir de um cronograma semestral ou de chamadas para números temáticos amplamente divulgados. Os artigos ou ensaios devem ser originais e inéditos e devem ter parecer positivo de pelo menos dois pareceristas.<br />Area do conhecimento: Linguística, Letras e Artes<br />ISSN (online): 2176-4794 - Periodicidade: Quadrimestral </p>Universidade Federal da Bahiapt-BREstudos Linguísticos e Literários2176-4794Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.REDE DE ESTUDOS ANDINOS
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<p>Apresentação do Dossiê de Estudos Andinos pelos organizadores.</p>Carla Dameane Pereira de SouzaRomulo Monte AltoBetina Sandra Campuzano
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2024-03-102024-03-107628629410.9771/ell.v0i76.59483TRANSCULTURAÇÃO NARRATIVA, ETNOGRAFIA E PERFORMANCE EM LOS RÍOS PROFUNDOS
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<p>O objetivo deste artigo é relacionar a pesquisa e a ficção de José María Arguedas ao discurso teórico de Ángel Rama. Pretende-se verificar como <em>Transculturación narrativa en América Latina</em> incorpora a abordagem mais geral dos conceitos de plasticidade cultural e de contraponto apresentada em <em>Formación de una cultura nacional indoamericana </em>(1975), recopilação dos ensaios de Arguedas organizada pelo crítico uruguaio. Na segunda parte do artigo, o espaço ficcional, a teatralidade, a performance e a tipologia de narradores de <em>Los ríos profundos </em>serão relacionados às cenas do retábulo ayacuchano. A cultura material andina, nesse aspecto, constituiu mais um repertório sociocultural incorporado aos discursos teóricos, antropológicos e ficcionais latino-americanos.</p>Ananda Nehmy de Almeida
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2024-03-102024-03-107629531710.9771/ell.v0i76.54026MESTIZOS, INDIOS Y SEÑORES: ENTRE DANZANTES Y RETABLOS
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<p>Proponho abordar, primeiro, a forma como a produção etnográfica de José María Arguedas evidencia os deslocamentos entre as identificações de mestiços, índios e senhores na conformação das cidadanias de meados do século XX no Peru, a partir de dispositivos culturais como danças e retábulos; e, depois, a forma como esta produção é projetada no testemunho contemporâneo do conflito armado interno do século XXI. Para isso, utilizo as contribuições da teoria e da crítica literária latino-americana (Cornejo Polar, Bueno Chávez, Lienhard), estudos andinos (Ulfe, Mamani Macedo) e estudos performativos (Taylor), também fazemos uso da proposta metodológica do comparatismo de contraste (Pizarro), que nos permite observar o sistema testemunhal tanto sincrônica quanto diacronicamente. O resultado desta abordagem mostra como a escrita arguediana, que combina o olhar poético e o registro etnológico, atua como uma matriz cultural que se reatualiza no testemunho andino da violência política recente.</p> <p> </p>Betina Sandra Campuzano
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2024-03-102024-03-107631834510.9771/ell.v0i76.53911ENTRE MEMÓRIAS E COSMOGONIAS ANDINAS
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<p>O Peru foi palco de inúmeros episódios de violência entre os anos de 1980 e 2000, período posteriormente denominado como Conflito Armado Interno (CAI). Esses acontecimentos marcaram profundamente a história do país e consequentemente a vida daqueles que foram vítimas de seus efeitos. Famílias foram devastadas, houve mortes em grande escala. Órfãos, viúvas e mulheres violentadas e muitos jovens sequestrados e assassinados. O CAI, que resultou em diversas mortes, sequestros e desaparecimento de pessoas é tema presente em diversas produções artísticas peruanas na atualidade. As experiências traumáticas sofridas pelos povos andinos, em especial as mulheres, está apresentada no romance <em>Rosa Cuchillo</em> (1997), do escritor peruano Óscar Colchado Lucio, com o qual dialogaremos neste trabalho. Analisaremos como este autor revisita o contexto de violência peruano como também enaltece a cultura andina, e suas manifestações ancestrais. Sendo assim, neste artigo serão apresentados alguns aspectos formais e temáticos do romance <em>Rosa Cuchillo, </em>alguns deles frutos da pesquisa de mestrado<a href="https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/workflow/index/53753/4/#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> em que realizei a análise do romance, relacionando-o à ação cênica homônima desenvolvida pelo grupo cultural <em>Yuyachkani</em>. Para o presente trabalho, teremos como base teórica Rita Segato (2012), Rocío Silva Santisteban (2017), Walter Benjamin (1987), Carla Dameane Pereira de Souza (2017), Edith Pérez Orozco (2011).</p> <p> </p> <p><a href="https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/workflow/index/53753/4/#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> A pesquisa realizada durante o mestrado (2019) foi resultado da análise da tradução intersemiótica do romance <em>Rosa Cuchillo</em>, do escritor Óscar Colchado Lucio para a ação cênica homônima desenvolvida pelo grupo cultural <em>Yuyachkani</em>, em 2002. tendo o romance como base para a pesquisa, também relacionei ao estudo os testemunhos das mulheres da ANFASEP- <em>Asociación Nacional de Familiares de Secuestrados, Detenidos y Desaparecido del Perú</em> - afetadas pela violência interna, em especial o relato de <em>Angélica Mendoza de Ascarza</em>, a Mamá Angélica.</p> <p> </p>Jirlaine Costa dos SantosCarla Dameane Pereira de Souza
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2024-03-102024-03-107634636510.9771/ell.v0i76.53753OSWALDO REYNOSO E NARRACIÓN
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<p style="margin-bottom: 0cm; border: none; padding: 0cm; font-variant: normal; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 100%; background: transparent; text-decoration: none;" align="justify">Há um consenso entre os estudos literários de uma guinada crítica sobre a produção literária latino-americana, entre 1960 e 70, que se associa à Nova Narrativa (cf. Candido, 1981; González Vigil, 2008). Interessa-nos pensar de que maneira a nova perspectiva integralizadora da produção literária se articula com a nova narrativa peruana, a partir da participação de Oswaldo Reynoso na idealização do grupo Narración. Será avaliado o caráter engajado da literatura (Sartre, 1947) articulado com os textos da revista Narración, que refletem o debate ideológico proposto pelo grupo. O desejo de uma literatura acessível que engaje o leitor a tomar consciência das opressões às quais está submetido realiza-se na práxis do compromisso, na escrita testemunhal e na crônica. Contudo, a imposição de uma única forma de pensar o fazer literário implica a limitação da potência criativa e subversiva das artes.</p>Lara Poenaru
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2024-03-102024-03-107636639310.9771/ell.v0i76.52919LOS (D)EFECTOS DE LA COCA
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<p>Este ensayo tiene como finalidad el análisis de la articulación entre las sustancias y las disrupciones vanguardistas. Para ello relevamos los usos estéticos que recibe la planta de coca mediante una reformulación de los modos representativos de herencia indigenista, ligados directamente a la construcción de una representación estigmatizante. Churata y Chabes ponen en funcionamiento una operación de resignificación de dicha sustancia, ligada en principio al imaginario religioso del sujeto andino, con el objetivo de poner en crisis las formulaciones hegemónicas de una narrativa cuasi-etnográfica del indio y su imaginario así como también de las concepciones médicas basadas en los intereses de la industria farmacológica. Para ello, evidencian los límites interpretativos de un higienismo eurocéntrico capaz de estigmatizar el consumo de coca no sólo al confundirlo con la cocaína sino también al asociar exclusivamente sus efectos con el aumento de la plusvalía de las iniciativas extractivistas.</p>MATÍAS DI BENEDETTO
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2024-03-102024-03-107639442110.9771/ell.v0i76.53746CONHECER O MAR, CONHECER O MUNDO
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<p>Em 2021, o Grupo Cultural Yuyachkani festejou 50 anos de um teatro interessado em discutir memória e esquecimento. Os atos de batalhar por narrativas dissidentes, apartadas pela História oficial e pela violência colonial, fazem do coletivo peruano um protagonista dos caminhos latino americanos. Tais temáticas não aparecem somente nos espetáculos, mas em diversas intervenções no mundo. Dentre elas estão oficinas, performances e intervenções públicas, especialmente em comunidades de regiões periféricas ou rurais. O presente artigo pretende tecer reflexões sobre o <em>taller de niños</em> que convida crianças e adolescentes a conhecerem histórias da América Latina pouco acessadas nas instituições de ensino formal do país. Em um processo de artes integradas, partindo de um conto literário, através do agenciamento lúdico e de resgate de memórias familiares e ancestrais, os participantes têm a oportunidade de construírem uma experiência cênica que amplie sua referência de mundo.</p>Ana Julia Marko
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2024-03-102024-03-107642244810.9771/ell.v0i76.53699CORPO E MEMÓRIA EM POÉTICAS TRANSFRONTEIRIÇAS DE VICUÑA E BUENO
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<p>O objetivo geral do texto é aproximar as poéticas de Cecilia Vicuña e Wilson Bueno por seu aspecto transfronteiriço, marcado pela mescla de línguas originárias ameríndias e coloniais em suas composições. A perspectiva crítica aponta para a operação de leitura, para a performance dos textos que provocam a dicção e a corporeidade de leitores. Notadamente, a poética de Vicuña funda-se na intrínseca relação entre o texto e o corpo, sendo a vocalização um ato de criação. Os “quase-poemas” de Vicuña, textos que se colocam como uma possibilidade que se realiza apenas em performance, inspiram a criação de uma videoperformance que propõe a tradicção, uma tradução em performance, de um fragmento da narrativa <em>Mar Paraguayo</em>. </p>Eleonora Frenkel Barretto
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2024-03-102024-03-107644946110.9771/ell.v0i76.52609LA NARRATIVA ANDINA SOBRE LA VIRGEN DE LA NATIVIDAD DE SUSAPAYA-TARATA
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<p>Este trabajo pretende incluir al corpus de la literatura peruana las manifestaciones de la tradición oral sur-andinas, con este propósito se aborda el análisis de los relatos sobre la Virgen de la Natividad de Susapaya donde el evento se erige como marcador espaciotemporal articulando la estructura narrativa con la ideología sociocultural de la zona, de tal manera que solo en el evento es posible actualizar el vínculo con categorías andinas como el <em>manqhapacha</em>, <em>alaxpacha, yanantin y tinku</em>; dichas categorías son parte de poéticas locales que resemantizan e interpolan lo hagiográfico con los ciclos míticos; para ello atendemos al contexto discursivo como marco clave para una hermenéutica de los símbolos que subyacen en los relatos de la Virgen de Susapaya de Tarata. La investigación se perfila desde la teoría etnopoética y la pragmática, el objeto de estudio son los relatos sobre santos y vírgenes de Tarata, específicamente las narraciones recopiladas durante la fiesta patronal de la Virgen de Susapaya-Tarata en el año 2018.</p>Teresa Torres
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2024-03-102024-03-107646248310.9771/ell.v0i76.53274PRESENÇA DO QUÉCHUA E DO TAHUANTINSUYU NA LITERATURA AMAZÔNICA
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<p>A importância política do Tahuantinsuyu gerou todo um imaginário em torno do Inca, inspirando a criação de cantos, mitos e narrativas históricas em torno desse tema. O presente estudo propõe investigar a presença da língua quéchua e do imaginário do Tahuantinsuyu na literatura amazônica contemporânea e, para isso, observaremos de forma mais detalhada alguns dos poemas da coletânea <em>Harawinchis: poesia quéchua contemporánea</em>, organizada por Gonzalo Espino Relucé (2022). Os textos serão analisados a partir de suas características estruturais, temáticas e de estilo, utilizando uma metodologia comparatista e interdisciplinar com a finalidade de examinar o contexto sócio-histórico de produção. Nesse sentido, torna-se relevante a reflexão em torno de três conceitos desenvolvidos por Espino Relucé (2019): processo, rapto da escrita e região literária.</p>Priscila Maria de Barros BorgesRomulo Monte Alto
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2024-03-102024-03-107648450710.9771/ell.v0i76.53139POESÍA QUECHUA CONTEMPORÁNEA
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<p>O presente artigo visa dar conta das continuidades do projeto literário andino, que surgiram em meio à violência do vice-reinado, e que se manifestam na poesia quíchua contemporânea. A partir da delimitação de dois momentos fundamentais da poesia quíchua do século XX (a poética maneirista-indigenista e a poética migrante), tentar-se-á traçar as diferenças e continuidades da heterogeneidade que é o fundamento das literaturas andinas. Em geral, argumenta-se que as literaturas heterogêneas das regiões andinas têm servido (e continuam a servir) aos escritores (indígenas e mestiços) para prestar contas de seus processos de negociação de identidade e dos múltiplos patrimônios culturais que os moldam. Embora se reconheça que na região andina existe um conflito (às vezes irresolúvel) entre a escrita e a oralidade, ao mesmo tempo se observa que esta poética parece ser guiada pela esperança de alcançar uma relação complementar entre técnicas ocidentais e conhecimentos ancestrais ameríndios.</p>Pedro Martín Favaron Peyón
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2024-03-102024-03-107650853310.9771/ell.v0i76.52519APRESENTAÇÃO
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Carlos Felipe PintoLívia BaptistaMirella Márcia Longo Vieira Lima
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2024-03-102024-03-1076iiiPOLÍTICAS DE MEMÓRIA E LITERATURA NEGRA NA BAHIA
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<p>Um estudo dos processos de produção, transmissão e circulação de textos de mulheres negras evidenciou uma produção potente e diversa entre as décadas de 1970 e 1990, na Bahia. A partir de um mapeamento inicial desses escritos, foi possível inventariar a produção de treze escritoras negras. No entanto, percebemos uma dispersão desses escritos e uma falta de política de arquivamento que contribuíram para o apagamento dessas obras no cenário da história da literatura na Bahia. Nesse contexto, o objetivo do artigo é refletir sobre a necessidade de estabelecer políticas de memória para escritoras negras, provocando, assim, uma reversão da política de esquecimento que insiste em rodear produções de sujeitos negros. Desse modo, esperamos revisar a historiografia literária, introduzindo atores sociais que foram sonegados dos espaços de memória escrita em nosso país.</p>Rosinês de Jesus Duarte
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2024-03-102024-03-107611610.9771/ell.v0i76.54113ANTES DO PASSADO E OS REFLEXOS DA HERANÇA DITATORIAL NO TEMPO PRESENTE
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<p>Este artigo analisa a obra literária <em>Antes do passado, o silêncio que vem do Araguaia</em>, publicado em 2012 por Liniane Haag Brum, sobrinha de um desaparecido do regime ditatorial brasileiro que tematiza em suas páginas a herança de dor legada aos familiares de desaparecidos políticos. Analisando a desaparição forçada que caracterizou parte do movimento ditatorial no Brasil dos anos de chumbo, o texto de Liniane esmiuça as dificuldades em se vivenciar o luto no contexto da ausência do corpo físico, se desdobrando para as sequelas dessa violência no tempo presente. Desta forma, a literatura de Liniane Brum se constrói partindo da estrutura de pós-memória abordada por Hirsch (2021), que cunhou o termo para designar a memória das gerações descendentes àquelas que viveram os acontecimentos.</p>Janaína Buchweitz e Silva
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2024-03-102024-03-1076173810.9771/ell.v0i76.54068A VOZ FEMININA SUBORDINADA EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS
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<p>O estudo realiza uma análise do discurso de Riobaldo, situando a presença da voz materna nesse discurso. Nesse intuito, apresenta o modo de incorporação do discurso de outrem, tendo em vista a presença da voz materna, bem como de outras vozes femininas que emergem no discurso do narrador. A análise é fundamentada na perspectiva dialógica do discurso, apresentada por Bakhtin e o Círculo. Partimos do princípio de que o discurso de Riobaldo é dialógico, povoado de inúmeras vozes, como qualquer discurso. Nessa perspectiva apresentamos as formas de presença da palavra alheia no discurso, demonstrando como as vozes femininas são ali submetidas, enfatizando que a mãe Bigri figura nesse discurso de modo silencioso, sub-repticiamente. Entretanto, na saga efetuada, a voz materna está incorporada de maneira preponderante no corpo discursivo de Riobaldo.</p>Sandra Mara Moraes Lima
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2024-03-102024-03-1076396010.9771/ell.v0i76.54069UMA VERDADE INVENTADA
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<p>Este artigo busca investigar a rememoração no romance <em>O avesso da pele </em>(2020), de Jeferson Tenório, considerando tanto o processo de luto e a reconstituição da memória de seus personagens, quanto sua relação com o contexto social abordado na obra. A partir de contribuições teóricas de Dalcastagné (2005), Freud (2011), Fanon (2020), Farias (2018), Le Goff (1990), Gagnebin (2006) e outros autores, percebe-se que o narrador assume o dever de contar a história do pai, um homem negro violentamente assassinado pela polícia militar brasileira, e o faz para ser também autor dessa história, elaborando o seu luto com auxílio do que chama de “verdade inventada”.</p>Renildo MedeirosJuliane Vargas WelterMaria Regina Soares Azevedo de Andrade
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2024-03-102024-03-1076618210.9771/ell.v0i76.54110ENTRE CONFINAMENTO E DESLOCAMENTOS
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<p>Este artigo examina uma experiência de leitura de literatura antirracista na educação básica com base na narrativa <em>Namíbia, não!</em>, de Aldri Anunciação (2020), texto dramático que possibilita a reflexão sobre a literatura negra, a reafirmação identitária, a constituição de uma consciência crítica e uma oportunidade de repensar as relações raciais dentro do espaço escolar. A intervenção pedagógica com turmas do nono ano da Escola Municipal de Pituaçu, uma unidade de ensino de Salvador que atende aos Anos Finais do segmento Fundamental, é parte de uma pesquisa de cunho autoetnográfico <em>Rotas literárias</em>: o que ensinar nas aulas de literatura no ensino fundamental, desenvolvida no Programa de Mestrado Profissional (PROFLETRAS) - UFBA, em 2020. Para o estudo, utiliza a análise da ação pedagógica e o processo metodológico bibliográfico, ao considerar as contribuições de pensadores sobre o racismo, Gomes (2014, 2017) e Kilomba (2020); a literatura negra com Evaristo (2009); a importância da dramaturgia negra, Nascimento (2004), a poética da dramaturgia em debate, Martins (1995, 2020), Mendes (2020), Anunciação (2020) e leitura literária na escola, Cosson (2016, 2018), Dalvi (2013).</p>Humbelina Santos SilvaElizabeth Gonzaga de Lima
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2024-03-102024-03-10768310610.9771/ell.v0i76.54111DENÚNCIA EM AVES SIN NIDO
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<p>Este artigo tem por objetivo discutir e analisar a expressão estética de violências no romance <em>Aves sin nido</em> (1889), da escritora peruana Clorinda Matto de Turner. Para tanto, observamos o contexto social de escrita do romance, a representação estética desse contexto na narrativa e analisamos dois personagens que caracterizam vítimas das violências denunciadas, sendo elas de etnia (MORENO, 2004) e de gênero (BOGRAD, 1999). Investigamos, sobretudo, o estilo narrativo do romance, seguindo a noção de representação estabelecida por Cornejo Polar (2021) de “mostrar, enjuiciar, explicar", examinando o personagem Isidro Champí a partir dos estudos de Cornejo Polar (2021) e a personagem Marcela Yupanqui a partir de Cunha (2018).</p>Isabelle Santos AraújoJuan Pablo Martín Rodrigues
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2024-03-102024-03-107610712410.9771/ell.v0i76.54118O DESEJO E O CIÚME EM DOM CASMURRO
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<p>O presente artigo se dedica a uma crítica literária direcionada à obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Inicialmente, expõe-se a metáfora do ciúme, vinculado à abordagem de Dom Casmurro sobre Capitu. Posteriormente, verifica-se a relação entre Bento Santiago e Escobar, e todas as ramificações que resultam partindo desta relação, por entender, também, que é nela que se baseiam os diversos discursos vinculados à culpabilização da personagem supramencionada. Ademais, utilizou-se a teoria de Freud (2011) acerca dos mecanismos neuróticos envoltos no ciúme. Conclui-se que existem trechos da obra que possibilitam a leitura do desejo e que o ciúme promove leituras outras da relação do personagem consigo mesmo e com os outros. Nota-se também a possível tentativa de ‘desviar’ o olhar do leitor, e direcioná-lo sobre Capitu.</p>Daniele GrigoloFabrício Romani
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2024-03-102024-03-107612514110.9771/ell.v0i76.53195A “LITERATURA NECESSÁRIA” COMO CATEGORIA ESTÉTICA
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<p>O artigo busca apresentar e conceitualizar a categoria estética da “literatura necessária”. Baseando-se na metodologia de Sianne Ngai, ele tenta mostrar, primeiramente, como a “literatura necessária” se constitui como uma categoria estética que exprime uma relação afetiva entre o público e a obra que, contrariamente à estética iluminista, é baseada na fusão dos elementos da autonomia e da necessidade. Depois, o artigo pretende mostrar os vínculos dessa categoria com mais recentes formas de trabalho e de produção, que são organizadas pela nova arquitetura de redes. Enfim, este trabalho sustenta que a “literatura necessária” enquanto categoria estética produz um juízo crítico que reconhece a necessidade como parte da dinâmica do capitalismo contemporâneo e, portanto, ela deve ser valorizada na experiência estética.</p>Antonio Barros de Brito Junior
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2024-03-102024-03-107614216710.9771/ell.v0i76.53887RACISMO INSTITUCIONAL E RACISMO COTIDIANO NOS CONTOS “AS MÃOS DOS PRETOS”, DE LUÍS BERNARDO HONWANA, E “O PECADO”, DE LIMA BARRETO
https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/54009
<p>Este artigo tem por objetivo estabelecer uma comparação entre os contos <em>As mãos dos pretos</em>, do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana, e <em>O pecado</em>, do autor brasileiro Lima Barreto, denunciando o racismo institucional (ALMEIDA, 2019) e o racismo cotidiano (KILOMBA, 2019) presentes nas duas narrativas. Portanto, com base em textos teóricos que discutem, majoritariamente, racismo e literatura negra, é possível notar como a Igreja enquanto instituição surge nos contos como (re)produtora de discursos racistas que inferiorizam e excluem a população negra. Além disso, aponta-se a forma como o racismo institucional e o racismo cotidiano retroalimentam-se, sustentando a continuidade da discriminação racial.</p>Rogério Max CanedoLuciano Mendes Duarte Júnior
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2024-03-102024-03-107616818610.9771/ell.v0i76.54009MITO E RELIGIÃO EM GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ
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<p>O presente trabalho propõe uma análise do conto <em>Um senhor muito velho com umas asas enormes</em>, de Gabriel García Márquez. O conto narra a aparição de um suposto anjo decrépito no povoado litorâneo ficcionalizado, onde viviam Pelayo, sua mulher, Elisenda, e seu filho. A narrativa se concentrará em torno da mudança na rotina do pobre e até então monótono povoado a partir da aparição da referida figura mítica. Nossa análise, de cunho teórico e bibliográfico, buscará elucidar como os sujeitos pertencentes àquele cotidiano irão lidar com a desestabilização causada pelo surgimento de uma figura mítica divina, mas praticamente incapaz. Buscaremos estabelecer relações entre a narrativa, o mito e a religião, partindo do pressuposto de que anjos são figuras predominantemente bíblicas. Nossa análise irá focar no entrelugar do humano e do mítico para elucidar criticamente a narrativa.</p>Andressa Kelly Lima Moura Moura
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2024-03-102024-03-107618721310.9771/ell.v0i76.54023DA MASCULINIDADE AO “MACHISMO BRUTAL AGUDO”
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<p>Com base nas obras de <em>O rei de Havana</em> e <em>Fabián e o caos</em>, do autor contemporâneo cubano Pedro Juan Gutiérrez, discute-se as construções das masculinidades, ou seja, os diferentes aspectos sócio-historicamente atribuídos ao ser do “ser homem”. Para tal, retoma-se as considerações de Elisabeth Badinter, em <em>XY</em>: sobre a identidade masculina; de Kate Millet, em <em>Política sexual</em>; de Wilhelm Reich, em <em>A revolução sexual</em> e de Heleieth Saffioti, em <em>O poder do macho</em>. Focaliza-se a construção das identidades masculinas, sendo que essa reflete na sexualidade e na relação com o outro. Objetiva-se, portanto, reconhecer como, independentemente do sistema político adotado, as relações patriarcais determinam a diferenciação entre as condutas certas e as condenáveis, em determinados contextos, como ser gay na Cuba pós-revolução castrista, que levam às dissidências e à homofobia. Observa-se igualmente como essas determinações da masculinidade influenciam as relações entre homens e mulheres, assim como alicerçam-se em um frágil discurso que fundamenta as axiologias do ser homem.</p>Rodrigo Valverde Denubila
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2024-03-102024-03-107621423610.9771/ell.v0i76.53927NOVOS RUMOS PARA A HISTÓRIA
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<p>Este artigo tem como objetivo analisar as categorias dialéticas “Conteúdo e Forma” no papel da personagem Malévola na obra impressa intitulada Rosicler (1812) e na obra fílmica Malévola (2014), a fim de perceber confluências e dissonâncias no papel da personagem em ambas as obras. Como ponto de comparação, tomaremos a passagem do antagonismo de Malévola no livro para o protagonismo heroico no filme. O estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica. A análise dos dados foi orientada pelos pressupostos da Teoria da Literatura Comparada e da Teoria Histórico- Cultural. Para tanto, utilizamos os estudos de Carvalhal (2006), Scoparo (2018), Vygotsky (1999), Lukács (1970) e outros. Os resultados destacam que a ascensão da personagem como heroína se dá principalmente por meio de suas fortes ações, em especial, à bondade e o amor por ela expressos em relação à Aurora.</p> <p> </p>João Fernando de AraújoAdriana Regina de JesusCélio Manfré FilhoSandra Aparecida Pires Franco
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2024-03-102024-03-107623726010.9771/ell.v0i76.54061DE PARIS A RECIFE
https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/54079
<p>Em seu estudo intitulado <em>Circuitos e travessias: o caso de A família Elliot (2016</em><em>),</em> Sandra Vasconcelos afirma que<em> Persuasion</em> foi o único romance austeniano que circulou no Brasil Oitocentista; a obra, traduzida ao francês e ao português, teve o título transformado em <em>A família Elliot, ou a inclinação antiga</em>; em seguida, cruzou o Atlântico rumo ao Brasil e foi anunciada à venda no Rio de Janeiro. Este estudo, cujo objetivo é ampliar o conhecimento acerca da circulação da obra no país, evidencia que em anos anteriores o romance já circulava em um outro lugar. Essa busca foi possível rastreando o romance por meio de pesquisas na hemeroteca digital. Além disso, buscamos apontar um outro romance austeniano que aqui circulou alguns anos antes, em língua inglesa, e as primeiras menções a Jane Austen nos jornais do século XIX e início do século XX, bem como a primeira tradução brasileira de <em>Orgulho e preconceito</em>. </p>Maria do Carmo Balbino Galeno
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2024-03-102024-03-107626128510.9771/ell.v0i76.54079