Personagens e cenários: sobre o imaginário de Catita e Mateus

Autores

  • Edgar Mesquita de Oliva Junior Escola de Belas Artes UFBA

Resumo

A tradição dos Reis de Congo sedimentou a presença dos Mateus e Catitas/Catirinas no folclore brasileiro, levando-os aos presépios ou lapinhas comemorativos ao nascimento. Entretanto, nas investigações de campo, na região pesquisada, pude perceber que há um ‘distanciamento’ entre os representantes desses personagens encontrados nos presépios e sua relação direta com o reisado. Em nenhum momento no processo de coleta de material na fonte foi identificado através das investigações diretas com os depoentes que estes dois personagens recorrentes da tradição sejam, também, brincantes nas festas de Reis. Até o presente e durante as investigações nas diversas localidades em que estive na Chapada Diamantina, conforme entrevistas diretas e/ou gravadas, não houve depoimento que justificasse a relação dos Mateus e Catitas/Catirinas dos presépios com os brincantes das apresentações de reisados. Entretanto, percebi que estes personagens que simbolizam o homem do campo, mais especialmente o vaqueiro, estão presentes na maioria dos presépios investigados. Por tradição há, sim, a presença desses personagens nos presépios, o que leva às evidências de uma relação direta com a história cultural das festividades religiosas e dos folguedos populares. Como foi dito em capítulo anterior, e a partir de depoimentos de pessoas que montam os presépios nos quais a presença do Mateus e da Catita é uma constante, há uma narrativa oral sobre o casal, um negro e outro branco ou os dois negros, que povoa o imaginário de cada mentor. É importante lembrar que há indícios dessa cultura oral passada através de gerações, sobre a história do Mateus e sua companheira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2022-09-12

Como Citar

Mesquita de Oliva Junior, E. (2022). Personagens e cenários: sobre o imaginário de Catita e Mateus. Cadernos Do PPGAV/EBA/UFBA, (3), 75–83. Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/cppgav/article/view/3988