Perfil de susceptibilidade antimicrobiana de isolados clínicos de Staphylococcus aureus e Staphylococcus capitis

Resumo

Introdução: a resistência antimicrobiana é um dos principais desafios de saúde pública do século XXI, associada ao uso indiscriminado de antibióticos e à emergência de cepas resistentes. Staphylococcus, gênero amplamente presente na microbiota humana, inclui espécies clinicamente relevantes, como estafilococos coagulase-positivos e negativos, que exibem resistência a múltiplas classes de antimicrobianos. Objetivo: caracterizar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana de isolados clínicos de Staphylococcus aureus e Staphylococcus capitis. Metodologia: os isolados foram obtidos da Microteca do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia. As espécies foram identificadas por espectrometria de massas MALDI-TOF MS e caracterizadas morfotinturialmente pela coloração de Gram. O perfil de suscetibilidade foi determinado pela técnica de disco-difusão, com interpretação segundo os critérios BrCAST-EUCAST 2025, utilizando-se nove antimicrobianos. Resultados: o isolado de S. aureus apresentou resistência a quase todos os antimicrobianos testados (8/9), incluindo β-lactâmicos, aminoglicosídeos e macrolídeos, caracterizando o fenótipo MRSA. O isolado de S. capitis mostrou perfil amplamente suscetível, com resistência restrita à clindamicina. A susceptibilidade à vancomicina não foi conclusiva. Conclusão: os resultados destacam a importância da caracterização fenotípica da resistência antimicrobiana em isolados clínicos de Staphylococcus e evidenciam sua contribuição para o fortalecimento da vigilância microbiológica em diferentes contextos.