Literacia alimentar e suas associações com burnout, qualidade do sono e qualidade de vida de docentes universitários: um estudo multicêntrico no Brasil, Portugal E Espanha
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v24i3.69357Palavras-chave:
Literacia alimentar, Docentes universitários, qualidade do sono, qualidade de vidaResumo
Introdução: Entre docentes universitários da área da saúde, as elevadas demandas laborais e níveis de literacia podem comprometer hábitos alimentares e autocuidado, favorecendo o desenvolvimento de burnout, distúrbios do sono e pior qualidade de vida. Objetivo: Investigar a prevalência de literacia alimentar e suas associações com burnout, qualidade do sono e qualidade de vida em docentes universitários da área da saúde, a partir de um inquérito multicêntrico realizado no Brasil, Portugal e Espanha. Método: Estudo transversal, multicêntrico, realizado com 90 docentes de cursos da área da saúde vinculados a instituições de ensino no Brasil, Portugal e Espanha. A coleta de dados foi conduzida por questionário eletrônico e incluiu: European Literacy Nutrition Assessment Tool para avaliação da literacia alimentar; Maslach Burnout Inventory para burnout; Pittsburgh Sleep Quality Index para qualidade do sono; e EUROHIS-QOL-8 para qualidade de vida. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, laborais e de saúde. As associações entre baixa literacia alimentar e desfechos foram estimadas por testes qui-quadrado e regressões logísticas multivariadas, ajustadas por idade, sexo, carga horária e país. Resultados: A prevalência de baixa literacia alimentar foi de 41,1%, variando significativamente entre países (p<0,001). Docentes com baixa literacia apresentaram maior prevalência de burnout moderado/grave (58,3% vs. 36,7%; OR ajustado=2,14; IC95%: 1,31–3,51), pior qualidade do sono (média PSQI 9,1±3,8 vs. 6,7±3,1; p<0,001) e menor escore médio de qualidade de vida (EUROHIS-QOL-8: 26,4±4,8 vs. 29,2±4,2; p<0,001). A baixa literacia manteve associação independente com burnout (p=0,002) e sono de má qualidade (p=0,005) após ajuste multivariado. Conclusão: A baixa literacia alimentar é altamente prevalente entre docentes da saúde e está associada a piores indicadores de saúde mental, qualidade do sono e qualidade de vida. Estratégias institucionais voltadas à promoção da literacia alimentar podem contribuir para mitigar riscos ocupacionais e promover o bem-estar docente.
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