Síndrome pós-COVID-19 no Vale de São Lourenço, Sudeste de Mato Grosso, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/cmbio.v24i1.64461

Palavras-chave:

Covid Longa, SARS-CoV-2, coronavírus, epidemiologia

Resumo

Os impactos a longo prazo da pandemia de COVID-19 na saúde pública brasileira são ainda pouco conhecidos. Este estudo tem como objetivo descrever o perfil sociodemográfico e identificar sinais e sintomas persistentes por mais de três meses em 361 indivíduos recuperados de COVID-19 no Vale do São Lourenço, Mato Grosso. Participaram adultos identificados como recuperados pelo sistema IndicaSUS, residentes em Jaciara, Juscimeira, São Pedro da Cipa e Dom Aquino, com infecção confirmada entre 2020 e 2021. Coleta de dados ocorreu entre setembro de 2021 e fevereiro de 2023. Foram usadas análises de qui-quadrado e teste t para verificar associações entre variáveis qualitativas e quantitativas. Entre os sintomas persistentes identificados, cansaço, cefaleia, perda de memória, dores pelo corpo, dificuldade de raciocínio, dificuldade de linguagem e queda de cabelo foram os mais frequentes. Fadiga foi associada com todas as classificações clínicas da doença aguda (p=0,001), enquanto falta de ar foi associada a casos críticos (p=0,03) e insônia a casos leves e moderados (p=0,001 e p=0,002, respectivamente). Pacientes hospitalizados por mais de 40 dias durante a fase aguda apresentaram maior número de sintomas persistentes (8 versus 6,5). Adultos relataram perda de força muscular (p=0,04), fraqueza (p=0,04) e insônia (p=0,03) com maior frequência, enquanto idosos associaram perda de força muscular (p=0,03), dores pelo corpo (p=0,3), falta de ar (p=0,04) e sonolência (p=0,02). Esses dados ajudam a entender os desafios enfrentados por indivíduos após a recuperação da COVID-19 e fornecem uma base para compreender as consequências a longo prazo da pandemia para a saúde pública.

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Biografia do Autor

Jéferson Pereira da Silva, Faculdade Eduvale

Doutorando no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso. Área de concentração: Epidemiologia e controle de agravos transmissíveis e não-transmissíveis. Linha de pesquisa: Epidemiologia e controle de doenças infectoparasitárias (UFMT-2021). Mestre em Ensino pelo programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino (PPGEn), em Termo de Cooperação Técnico-Científico e seus aditivos, celebrados pelo Instituto Federal de Mato Grosso - Campus Cel. Octayde e pela Universidade de Cuiabá (IFMT/UNIC-2020) como bolsista CAPES/FAPEMAT II. Especialista em Ensino de Ciências da Natureza pelo IFMT, Núcleo Avançado de Jaciara-MT (2019) e Enfermagem do Trabalho pela FAVENI (2023). Graduado em Licenciatura, Ciências da Natureza pelo Instituto Federal de Mato Grosso (2014). Bolsista de iniciação a docência do projeto PIBID (2014), atuando nas atividades do sub projeto Ciências da Natureza. Bacharelado em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Sobral Pinto - Universidade de Cuiabá (FAIESP/UNIC-2019). Atualmente Diretor de Saúde na Secretaria Municipal de Saúde do município de São Pedro da Cipa -MT, Professor, Coordenador do Curso de Bacharelado em Enfermagem na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço ( EDUVALE) e Supervisor de Estágio Supervisionado em Atenção Primária a Saúde ( ESF).

Isis Indaiara Gonçalves Granjeiro Taques

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso (2011). Possui residência em Medicina Veterinária Preventina pelo Programa de Residência Uniprofissional em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (2014). Mestrado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Mato Grosso (2016). Doutorado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Mato Grosso (2020).Tem experiência na áreas de doenças infecciosas, parasitárias, imunologia, microbiologia e clínica médica dos animais domésticos. Atualmente é médica veterinária na prefeitura municipal de Campo Verde, docente nos cursos de Agronomia e Zootecnia, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e coordenadora do curso de Medicina Veterinária na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço - EDUVALE.

Renata Dezengrini Slhessarenko, Universidade Federal de Mato Grosso

Possui graduação (2003), mestrado (2006) e doutorado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (2009) área de concentração em Virologia, com período sanduíche na University of Illinois (UIUC). Professora associada IV da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, orientadora de Mestrado e Doutorado na área de Epidemiologia de Agravos Transmissíveis e não Transmissíveis, linha de pesquisa em virologia, com ênfase em estudos com arbovírus, vírus zoonóticos, metagenômica e descoberta de novos vírus nos biomas do Pantanal e Cerrado. Tem também estudos em andamento de patogenia, virologia molecular e desenvolvimento de métodos de diagnóstico com o SARS-CoV-2. Parecerista de agencias de fomento: CNPq, INOVA Fiocruz, FUNDECT-MS, e Comisión de Biodiversidad, Ecología, Genética y Evolución da Agencia Nacional de Promoción Científica y Tecnológica de la República Argentina. Membro das Sociedades Brasileiras de Medicina Tropical e de Virologia. Membro do Spinareoviridae Study Group do Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV). Foi membro do Comitê Interno de Iniciação Cientifica da PROPEQ, do Comitê de Prevenção do COVID19 da Reitoria da UFMT e da Força Tarefa do HUJM para o diagnóstico do SARS-CoV-2 no âmbito da UFMT.

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Publicado

2025-05-08

Como Citar

Silva, J. P. da ., Gonçalves Granjeiro Taques, I. I., & Dezengrini Slhessarenko, R. . (2025). Síndrome pós-COVID-19 no Vale de São Lourenço, Sudeste de Mato Grosso, Brasil. Revista De Ciências Médicas E Biológicas, 24(1), 144–155. https://doi.org/10.9771/cmbio.v24i1.64461