Perfil clínico epidemiológico e de resistência aos antimicrobianos de pacientes com hanseníase no Brasil
Dados com base no Plano Nacional de Vigilância
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v24i3.58827Palavras-chave:
Hanseníase, Mycobacterium leprae, Quimioterapia combinada, Epidemiologia, Resistência microbiana a medicamentosResumo
Introdução: A hanseníase é uma doença crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, na qual o Brasil possui a segunda maior incidência do mundo. Apesar da existência do tratamento poliquimioterápico, a doença persiste no país, destacando-se o aumento na resistência aos medicamentos. Objetivo: Analisar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes com hanseníase no Brasil e a resistência antimicrobiana descrita na literatura. Métodos: Foram utilizados dados do SINAN dos últimos 10 anos (2013-2022), abrangendo aspectos sociais, geográficos, clínicos e laboratoriais, associados à revisão de literatura sobre resistência antimicrobiana à poliquimioterapia no Brasil. Resultados: Registraram-se 328.355 casos entre 2013 e 2022, destacando-se homens (56,95%), pardos (58,55%) e idade média de 55 anos. O Nordeste concentrou 42,79% dos casos, porém o Mato Grosso foi o líder em notificações (12,31%). A ausência de baciloscopia (28,25%) e a prevalência das formas clínicas dimorfa (48,19%) e virchowiana (18,02%) indicaram predominância da classe multibacilar, o que corrobora com o esquema terapêutico mais relatado ser multibacilar (74,87%) de 12 doses (47,03%) e menor de 12 doses (40,75%). Foram encontrados quatro estudos que se encaixavam na temática de resistência antimicrobiana na hanseníase no Brasil, existindo uma baixa porcentagem de casos identificados com resistência, porém destacando-se a resistência à dapsona e a multirresistência à rifampicina e dapsona. Conclusão: Nos últimos anos, as notificações de hanseníase no Brasil diminuíram gradativamente, mas persistem em áreas de vulnerabilidade socioeconômica, muitas vezes com diagnóstico em estágios avançados, ressaltando a necessidade do diagnóstico precoce. Em relação à resistência antimicrobiana, a identificação dos casos não demonstrou ser recorrente, porém, quando feita, a prevalência é de resistência à rifampicina e dapsona.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Ciências Médicas e Biológicas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista de Ciências Médicas e Biológicas reserva-se todos os direitos autorais dos trabalhos publicados, inclusive de tradução, permitindo, entretanto, a sua posterior reprodução como transcrição, com a devida citação de fonte. O periódico tem acesso livre e gratuito.



