Diarréia nosocomial e outras infecções adquiridas em hospital universitário

Autores

  • Ana Maria Ribeiro Cardoso Mesquita UFC
  • Jorge Luiz Nobre Rodrigues Hospital Universitário Walter Cantidio
  • Vicente de Paulo Mesquita Universidade Federal do Ceará
  • Noélia Leal Lima Universidade Federal do Ceará
  • Aldo Ângelo Moreira Lima Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.9771/cmbio.v10i1.4961

Palavras-chave:

Infecção Hospitalar, Diarréia, Estudos de Casos e Controles, Hospitais de Ensino, Hematologia, Agentes Antibacterianos, Agentes Antineoplásicos, Enterocolite Pseudomembranosa, Rotavírus, Clostridium difficile.

Resumo

OBJETIVO – Determinar a incidência e a etiologia da diarreia nosocomial e comparar sua ocorrência com outras infecções hospitalares em pacientes internados na Hematologia. MÉTODOS – Estudo prospectivo caso-controle de 18 de setembro de 1991 a 30 de junho de 1993.  Durante visitas semanais, investigou-se a diarreia nosocomial. Foram realizadas coproculturas, testes imunológicos para toxina A de C. difficile (ELISA TOX-A), para Rotavirus (ELISA Rotaclone) e testes sorológicos para Shigella spp. Os casos desenvolveram diarreia nosocomial, e os controles não desenvolveram. A colite pseudomembranosa (CPM) foi investigada nos óbitos. Em adição, comparamos dados deste estudo com a configuração de 2007. RESULTADOS – Dos 388 pacientes internados, 66 (63 adultos) foram selecionados para o estudo, 19 adquiriram diarreia nosocomial e 47 foram controles. A incidência da diarreia nosocomial foi de 4,9% e de infecção sanguínea 6,2%. Os mais importantes patógenos isolados foram Rotavírus [(26,66%)/(7,89%)], C. difficile enterotoxigênico [(18,75%)/(5,26%)] e Shigella flexneri [(5,55%)/(0%)] de casos e controles, respectivamente. Penicilinas e cefalosporinas foram associadas com diarreia nosocomial. CPM foi identificada durante necropsia em um paciente assintomático. A taxa global de infecção hospitalar na hematologia no estudo caso–controle foi de 33,5%. Em 2007, foi de 29%; sete pacientes tiveram diarreia e cinco deles com quadro clínico sugestivo de colite. CONCLUSÕES – Diarreia é uma importante complicação em pacientes da Hematologia; sua frequência é alta e está associada ao uso de antibióticos beta-lactâmicos. Gastrenterite foi a segunda mais frequente infecção nosocomial, perdendo para infecção sanguínea. Rotavírus foi o mais frequente patógeno entérico isolado, seguido de C. difficile enterotoxigênico e Shigella flexneri. Achado de CPM sugere condição de transportador assintomático de C. difficile. Faz-se necessário contínuo monitoramento da diarreia nosocomial.

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Biografia do Autor

Ana Maria Ribeiro Cardoso Mesquita, UFC

Enfermeira, doutoranda do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Lotada no Centro de Estudos do  Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da UFC.

Jorge Luiz Nobre Rodrigues, Hospital Universitário Walter Cantidio

Médico, Presidente de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HUWC/UFC, Professor Associado da Faculdade de Medicina da UFC, Campus do Porangabussu.

Vicente de Paulo Mesquita, Universidade Federal do Ceará

Estatístico, Mestre em Economia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará. Professor Adjunto do Departamento de Estatística e Matemática Aplicada da UFC, Campus do PICI.

Noélia Leal Lima, Universidade Federal do Ceará

Aldo Ângelo Moreira Lima, Universidade Federal do Ceará

Médico, Coordenador da Unidade de Pesquisas Clínicas da UFC, Professor Titular da Faculdade de Medicina da UFC, Chefe do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFC, Campus do Porangabussu.

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Publicado

2011-07-12

Como Citar

Mesquita, A. M. R. C., Rodrigues, J. L. N., Mesquita, V. de P., Lima, N. L., & Lima, A. Ângelo M. (2011). Diarréia nosocomial e outras infecções adquiridas em hospital universitário. Revista De Ciências Médicas E Biológicas, 10(1), 54–61. https://doi.org/10.9771/cmbio.v10i1.4961