Avaliação antropométrica e sua associação com variáveis clínicas em pacientes pediátricos com fibrose cística de um centro no Nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v19i2.36560Palavras-chave:
Composição corporal, mucoviscidose, antropometriaResumo
Introdução: a avaliação e o acompanhamento nutricional fazem parte do cuidado integral dos pacientes com fibrose cística (FC),
possibilitando intervenção precoce e tratamento mais efetivo da doença. Objetivo: avaliar o estado antropométrico de crianças e
adolescentes com FC e pesquisar sua associação com variáveis clínicas e demográficas. Metodologia: estudo descritivo, incluindo-se
indivíduos entre 1-19 anos de idade. Foram registradas medidas de peso, estatura, circunferência do braço (CB) e da prega cutânea
tricipital (PCT) e calculados indicadores antropométricos (Peso/Idade- P/I, Altura idade -A/I e IMC/idade-IMC/I) e Circunferência
Muscular do Braço (CMB). Comparou-se o indicador CMB com variáveis clínicas e demográficas através do cálculo de razões de
prevalência (RP). Resultados: foram incluídos 41 pacientes, 53,6% do sexo masculino, mediana de idade de 78 meses. Quinze (36,6%)
pacientes foram classificados como desnutridos pela avaliação da CMB (<P5), enquanto, através do indicador IMC/I, apenas um (2,4%)
apresentava magreza. Trinta (73,1%) pacientes tinha insuficiência pancreática (IP), determinada pela terapia de reposição enzimática
(TRE) e/ou níveis da elastase fecal. Todos os pacientes realizaram pesquisas de mutações no gene CFTR e 38 (92,8%) tiveram duas
variantes patológicas identificadas, dos quais 25 (65,8%) tinham pelo menos um alelo para a variante F508del. Dezesseis (39%)
crianças cursavam com infecções respiratórias recorrentes. A desnutrição (CMB<P5) teve uma associação positiva com as seguintes
variáveis: idade do diagnóstico, sexo masculino, PCT >P15, TRE, mutação F508/del e A/I<-2, observando-se maior associação com
as três últimas, RP de 6,25, 3,12; e 2,06; respectivamente. Conclusão: o IMC pode não ser suficiente para a avaliação do estado
nutricional na FC, pois subestima a prevalência de desnutrição. Com exceção das infecções respiratórias recorrentes, as demais
variáveis tiveram associação com o indicador CMB <P5.
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